O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Alexandre Lopes, admitiu em entrevista que adiar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é uma possibilidade, devido à pandemia do novo coronavírus, mas que o objetivo da autarquia e do governo em suas falas e campanhas é de manter sua realização e garantir a entrada de novos alunos nas universidades em 2021.
As provas impressas estão programadas para serem aplicadas em 1º e 8 de novembro e as digitais estão previstas para os dias 22 e 29 de novembro. No entanto, com quarentenas pelo país e disparidades entre quem consegue ou não ter acesso a ensino à distância, a realização ou não do exame virou motivo de debate. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defende que o Enem seja realizado ainda em 2020.
Em entrevista, Alexandre foi questionado sobre a possibilidade de adiamento. “O Enem pode ser adiado, nós temos falado isso tem bastante tempo. Mas, falar sobre adiamento é prematuro. Agora não é o momento de discutir o adiamento da prova. Agora é o momento de garantir as etapas necessárias para que a gente possa fazer um Enem. A data pode ser adiada, mas entendemos que essa discussão é prematura”, disse ele.
“O importante é transmitir essa segurança para as pessoas do que vai ter. Acho que é um estímulo. O importante não é só a campanha, é o conjunto das mensagens e vídeos, entrevistas que temos dado, no sentido de garantir essa política. A politização do Enem gera uma grande perturbação para o próprio participante”, criticou ele.
“É importante passar para o jovem, que está sem aula, que vai ter Enem. É para esses 5 milhões de inscritos de cada ano, e dizer ‘olha, vai ter Enem, você vai poder fazer o Enem e vai poder utilizar as políticas públicas de Sisu, ProUni e Fies’. E para isso você mobilizar e dar esperança para o jovem que está em casa de que o sonho de fazer o Enem não acabou”, afirmou o presidente do Inep.
Em sua fala Alexandre Lopes falou em dar “concretude ao Enem” dando uma data específica para ele. Mas admitiu rever a data: “Na frente a gente vai olhar isso”. Lopes afirmou que é preciso analisar se apenas uma mudança de data é suficiente para eliminar as desigualdades causadas pela pandemia.
“A gente marca uma data para dar essa concretude, para mostrar que vai ter o Enem para acesso às instituições de ensino superior em 2021 e começar a trabalhar as etapas para a execução do Enem. Então, mais à frente é que podemos sentar, quando as coisas estiverem mais claras, quando soubermos como foi a volta às aulas do ensino médio, quando tiver mais certeza de quando serão as datas do ensino superior em 2021, a perspectiva das universidades. Aí sim, aí acho que é o momento de sentar e ter uma discussão sobre a data da prova”, completou.
(Texto: Uol)