Prefeitura espera incluir Mercadão em programa de reformas

A breve trajetória de quem é marco histórico comercial e ainda está em constante evolução

Quem passa pelas ruas do centro da cidade de Campo Grande no Mato Grosso do Sul, mais especificamente, na rua 7 de Setembro e vê minha enorme arquitetura, nem imagina quanta história carrego. Nasci, oficialmente, em 30 de agosto de 1958, mas comecei minha trajetória nos trilhos da cidade em 1946, oferecendo hortaliças e outros produtos que uma feira livre traz aos moradores de um município em construção.

A maioria dos vendedores eram portugueses e japoneses, imigrantes, trabalhando na construção da Noroeste do Brasil estrada de ferro. Minha estrutura é toda composta por madeira, eu, que no início era apenas uma feira, fui tomado pelo tradicionalismo popular, o Sr. Antônio Valente, um dos trabalhadores da ferrovia na época, doou uma área equivalente a 2.494,03m2 para a realização do que agora é ponto turístico tombado desde 2011, patrimônio histórico cultural da cidade, eu, o Mercadão.

Passei por muitas mudanças estruturais até voltar a ser frequentado constantemente pelos cidadãos da cidade morena e turistas. Os comerciantes tiveram que ficar um bom tempo trabalhando na rua 13 de maio em minha segunda revitalização, em 2013, com melhoria elétrica, nos telhados, pisos, acessibilidade na entrada e até nos banheiros.

Na época foi bem difícil, mas superamos. Outra vez em 2015, foi necessária a expansão do estacionamento em 50% já que a circulação de pessoas era tão grande que o espaço que me deram há 58 anos, não era capaz de suportar. A área é apenas para os clientes que podem utilizar sem pagar nada por apenas uma hora durante o período de compras. Colocaram cercas a minha volta para acomodar melhor a Feira das Índias e a Peixaria ao lado.

Agora, parece que a Prefeitura espera me incluir junto de outras reformas que estão no programa Pró-Cidades do Ministério do Desenvolvimento Regional. Eles já selecionaram quatro projetos que devem continuar o processo de transformação da zona urbana de Campo Grande e também melhorar os serviços públicos prestados. Somados, chegam a quase R$ 75 milhões de investimentos. Ainda não podemos falar em valores sobre uma obra de reestruturação do Mercadão, por conta do levantamento estar em produção. O fato de eu ser um patrimônio tombado não ajuda muito, mas seguimos na expectativa.

(Texto: Lyanny Yrigoyen)

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