Pesquisadores do Mato Grosso do Sul, com o intuito de diminuir as emissões de gás metano na atmosfera, desenvolveram um combustível a partir do eucalipto que pode contribuir com a produção da própria celulose.
Em parceria com a Eldorado Brasil Celulose, os pesquisadores buscam o chamado ”diesel verde” e o ”biocarvão”, os dois podem ser utilizados em processos do ciclo de produção da celulose de eucalipto, desde o abastecimento das máquinas até a geração de energia térmica.
O projeto recebeu o nome de “Forest4fuel” e foi aprovado em um edital da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento de Ensino, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso do Sul).
Thiago Hendrigo de Almeida, um dos pesquisadores e idealizadores do projeto de combustível de eucalipto, explica a teoria que deu origem à ideia. Segundo o idealizador, as raízes e os tocos do eucalipto são ricos em lignina, o que oferece resistência mecânica à planta. É sabido que, a partir da pirólise desses materiais, são produzidos biocarvão e bio-óleo pesado, sendo assim a pesquisa propõe uma prova de conceito, ou seja, tornar real aquilo que já é conhecido em teoria.
O pesquisador industrial ainda comenta sobre os vários benefícios gerados pelo combustível de eucalipto. Quando o talhão fica livre de resíduos, o próximo ciclo do plantio é ainda mais rápido. Além disso, a pesquisa também promove a redução na emissão de gases de efeito estufa.
Os pesquisadores industriais compõem o Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), que está situado em Três Lagoas por conta do grande volume de áreas plantadas para suprir a demanda das indústrias de papel e celulose.
De acordo com o IBA (Instituto Brasileiro de Árvores), em 2020, havia cerca de 1,13 milhão de hectares de eucalipto plantados. Vale ressaltar que o MS está em segundo lugar no ranking nacional de áreas cultivadas.