Neste domingo (26) os peruanos vão as urnas para eleger membros para o novo Congresso, que será imprescindível para definir o destino das reformas anticorrupção impulsionadas pelo presidente Martín Vizcarra. No ano passado, em setembro, o presidente dissolveu o Congresso na esperança de pôr um fim ao controle absoluto que a maioria opositora fujimorista exerce no Parlamento desde 2016.
As últimas pesquisas preveem que o partido populista de direita de Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), perderá dezenas de bancadas conquistadas em 2016 (73 de um total de 130). O Controle do Congresso permitiu que o partido de Keiko segurasse o então presidente Pedro Pablo Kuczynski, até ele ser forçado a renunciar, em 2018.
Atingida pelo escândalo de corrupção da construtora brasileira Odebrecht, Keiko Fujimori passou 13 meses em prisão preventiva, o que diminuiu sua popularidade depois de se candidatar à Presidência do Peru nas eleições de 2011 e 2016. Também prejudicou a imagem de seu principal aliado, o partido socialdemocrata APRA, cujo líder, Alan García, duas vezes presidente do Peru (1985-1990 e 2006-2011), cometeu suicídio em abril passado, quando seria preso pelo mesmo escândalo.
As eleições servirão para encerrar uma crise política marcada por confrontos recorrentes entre o Executivo e o Legislativo, que levaram Vizcarra a fechar o Congresso unicameral e a convocar novas eleições parlamentares em 30 de setembro.
Nessas eleições diretas, 130 parlamentares serão eleitos por apenas 16 meses, até 28 de julho de 2021, os cinco anos do Congresso eleito em 2016. Esse dia também encerra o período de Vizcarra, vice-presidente de Kuzcynski.
Cerca de 25 milhões de peruanos estão habilitados ao voto, que é obrigatório no país. Quem não comparecer às urnas, deve pagar uma multa equivalente a 25 dólares.
(Texto: Julisandy Ferreira com informações da Isto É)