As ONGs (organizações não governamentais) de proteção animal de Campo Grande temem que o programa “Animal Comunitário”, sancionado nesta semana, incentive o abandono. A lei autoriza tutores a adotar os bichos sem retirá-los das ruas e, para isso, casinhas e comedouros serão instalados. Com a estrutura, o medo das organizações é um aumento no número de abandono de animais.
A lei complementar que cria o programa foi sancionada pelo prefeito Marquinhos Trad e publicada no Diário Oficial, na terça-feira (2). De acordo com a presidente da ONG Abrigo dos Bichos, Maria Lúcia Metello, o projeto facilita o trabalho da comunidade que já tinha esse costume de ajudar os cães e gatos de rua, mas temia multas, já que antes era proibido alimentar sem se responsabilizar.
“Com a criação desses locais, é preciso criar um sistema de fiscalização, já que isso pode levar uma pessoa má intencionada a deixar os animais por lá”, pontuou.
O aumento no abandono de animais é o maior medo das ONGs. Maria Lúcia aponta que, apesar de ser crime, a fiscalização não é efetiva. A organização recebe diversas denúncias e as encaminha para os órgãos responsáveis, mas dificilmente punições são aplicadas.
Já a presidente da ONG Cão Feliz, Kelly Macedo, aponta que o programa incentiva a população a ajudar na missão de salvar os animais. Mas acredita que o primeiro passo é o controle de natalidade para evitar a reprodução desenfreada desses animais. “Toda ajuda é importante, saber que a população pode ajudar sem medo é ótimo. É preciso colocar em prática o projeto do castramóvel para que esse número de animais nas ruas pare de crescer”, frisou.
(Confira mais na página A5 da versão digital do jornal O Estado)