Conviver com os animais domésticos cada vez mais faz parte do nosso cotidiano, e muitos deles são tratados e considerados como parte da família. Justamente por isso os tutores muitas vezes não sabem lidar com a morte do animal ou mesmo com o destino que darão ao corpo do pet.
O médico-veterinário e professor do Curso de Medicina Veterinária da Uniderp Douglas Reis afirma que enterrar o animal no quintal é uma opção que deve ser descartada pelo dono enlutado. “Isso é ilegal, previsto com pena de prisão ou multa, caso provoque danos à saúde pública ou ao meio ambiente. Mesmo no momento da dor do luto, é importante optar pela destinação correta em serviços públicos ou empresas e cemitérios especializados, que cuidam inclusive da parte burocrática, como acontece nos sepultamentos de humanos”, alerta.
O que fazer com o corpo do animal que faleceu?
Em Campo Grande o serviço de acolhimento para animais mortos é feito pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) orienta que a população procure diretamente o órgão. Não é feita a coleta domiciliar, os bichos podem ser acondicionados para transporte em sacos plásticos, caixas de papelão ou em qualquer embalagem, evitando assim a exposição direta.
O órgão recomenda ainda que o corpo do animal seja encaminhado logo nas primeiras horas após a morte. O CCZ possui contrato com a empresa Solurb, que faz o recolhimento desses animais que são encaminhados para incineração.
Segundo o médico-veterinário, o tutor deverá informar se o animal pode ter falecido por doenças contagiosas, pois nesses casos os profissionais em saúde avaliarão o pet para identificar riscos à saúde pública.
Em grande parte dos casos de encaminhamento aos centros de zoonoses, os animais são levados ao aterro sanitário mais próximo, ou podem ainda ter a mesma destinação de materiais hospitalares, por meio da incineração.
Os CCZs também são responsáveis por resgatar animais de rua que falecem, investigando as causas da morte e possíveis riscos à população, antes de dar uma destinação final ao pet.
Contate uma clínica veterinária: muitas clínicas veterinárias oferecem serviços de velório e destinam o animalzinho para os CCZs ou locais autorizados nos municípios país afora.
Se o animal estiver doente já há algum tempo e falecer na clínica, possivelmente a equipe oferecerá opções para a destinação do pet. Se o falecimento ocorrer em casa, o tutor pode contatar a clínica mais próxima para pedir ajuda sobre a destinação.
Os preços podem variar de populares até cerca de R$ 600, a depender da localidade. Contrate um serviço especializado: muitas empresas oferecem serviços exclusivos e personalizados de velório e enterro de pets em cemitérios profissionais, como os que recebem pessoas; e ainda a contratação de cremação individual ou coletiva, em que o tutor pode optar, inclusive, por receber ou não as cinzas do animalzinho. Os preços variam e podem chegar a R$ 2.000, a depender da localidade.
Há também opções de planos funerários mensais, semelhantes aos planos para humanos, que podem custar até R$ 50 mensais.
Risco à saúde
Não enterre o animal no quintal: a decomposição do cadáver do pet pode liberar chorume, um líquido rico em bactérias, salmonela e duas substâncias potencialmente tóxicas para o solo, lençóis freáticos e poços artesianos: putrescina (molécula formada a partir de carne podre) e cadaverina (molécula produzida a partir de tecidos orgânicos de corpos em decomposição).
O enterro irregular pode ser enquadrado no art. 54. da Lei Federal nº 9.605/1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e prevê pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, para quem “causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora”.
Serviço:
O CCZ funciona todos os dias, inclusive aos feriados, de 7h às 21h. Em caso de dúvidas, a população pode entrar em contato por meio do número 3313-5000 ou 3313-5001. O órgão fica na Av. Senador Filinto Müler, 1.601, na Vila Ipiranga.
Por Bruna Marques – O Estado do MS.
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