Nos último anos, Mato Grosso do Sul vem registrando aumento no número de animais silvestres atropelados. De 2017 para 2019 o aumento foi de 50%. Conforme dados apresentados pelo Projeto Bandeiras e Rodovias, que monitora as BR267, BR-262, MS-040 e MS-338, em 2017 foram registrados 3,2 mil atropelamentos de animais silvestres. Já em 2019 esse número subiu para 4.823 casos.
Uma das coordenadoras do projeto é a médica-veterinária Débora Regina Yogui, 35 anos. Segundo ela, os dados estão sendo analisados e diversas variáveis podem ser a motivação, inclusive, os incêndios. “Estamos analisando o tráfego de veículos, uso do solo, área desmatada, queimadas, mas ainda não temos uma resposta, estamos fazendo o estudo dos dados”, explicou.
Ao todo, 12,4 mil animais silvestres, entre tatu-peba, lobinho, tatu-galinha, tamanduá- -bandeira, capivara, tamanduá- -mirim e anta, foram atropelados de fevereiro de 2017 a janeiro de 2020 nos trechos monitorados das quatro rodovias. Do total, metade, 6.372, ocorreram na BR-262, no trecho entre Campo Grande e o Rio Paraguai. “É muita coisa, principalmente, se pensarmos que esses números são apenas para animais não tão pequenos, que são os que a gente consegue identificar na pista”, explicou a médica-veterinária.
Somente em um flagrante recente, quatro animais morreram na BR-262 vítimas de atropelamento. Sendo eles: anta, capivara, jiboia e jaguatirica. Vale ressaltar que, justamente por conta dos atropelamentos de animais silvestres, existem mais de 20 radares instalados na BR-262, em diferentes regiões. Inclusive, no trecho entre Corumbá e Miranda, a velocidade máxima permitida é de 80 quilômetros por hora.
(Rafaela Alves)