Diferente do que ocorreu no mês passado, com chuvas acima do esperado, neste mês de fevereiro, mesmo com alerta para tempestades, o volume de chuva ficará dentro do previsto. Podendo, inclusive, nas áreas centrais de Mato Grosso do Sul, chover ainda menos do que é de costume para este período, segundo a meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Helena Turon Balbina.
Ela destaca que as tempestades devem continuar acontecendo, por conta da umidade e do calor intensos, e as pancadas de chuva serão normalmente no fim da tarde, de grande intensidade. “Isso ocorre pois estamos passando por um período de La Niña prolongado e com o esfriamento do Pacífico equatorial, ele manda algumas ondas para esse lado do país, passando por São Paulo e Mato Grosso do Sul”, explica.
De acordo com o meteorologista Natalio Abrahão, nessa sexta-feira (3) choveu, até as 15h, mais de 25 mm e os ventos atingiram 55 km/h na Capital, e que para todo o mês são esperadas chuvas associadas a áreas de instabilidade. “Chuvas fortes e ventos acima de 60 km/h, nas regiões central, sul, sudoeste e oeste do Estado, com volumes de 180 mm, em média”, assegurou.
Janeiro
O primeiro mês do ano foi considerado um dos janeiros mais chuvosos dos últimos 23 anos, de acordo com análises realizadas pelo meteorologista Natálio Abrahão. Em Campo Grande eram esperados, aproximadamente, 212,16 mm de chuva, mas o registrado foi 60% a mais, somando 342,4 mm.
Outro local que registrou um número muito acima do esperado para o período foi a cidade de Paraíso das Águas, que fica a 277 km da Capital, onde choveu cinco vezes mais que o esperado, somando 1.033,40 mm, o maior volume do Estado.
As fortes tempestades e chuvas que caíram sobre a Capital no mês passado causaram inúmeros prejuízos. Mesmo em dias com pouco tempo de chuva, a cidade se encontrava em um completo caos. Ruas alagadas, árvores caídas, e até mesmos móveis arrastados pela enxurrada. Casas ficaram destelhadas, paredes foram derrubadas, e o momento foi aterrorizante para moradores de vários bairros da cidade.
Uma passarela do Lago do Amor desabou durante um dos episódios de chuva e, mais recentemente, a ponte no cruzamento da Avenida Fernando Corrêa com a Rua José Antônio teve de ser interditada por tempo indeterminado, em decorrência de uma erosão.
Após quatro anos, Pantanal pode voltar a ter cheia
Com o grande volume de chuvas no mês de janeiro em Mato Grosso do Sul, o Pantanal pode registrar sua primeira cheia após quatro anos de estiagem. De acordo com o IHP (Instituto Homem Pantaneiro), há uma boa expectativa de cheia para este ano, pois, somente no mês de janeiro, já foram atingidas marcas esperadas para este mês de fevereiro. Então já é possível começar a notar uma recuperação.
O gestor de monitoramento de rios do IHP, Sérgio Barreto, explica que em 31 de janeiro o Rio Paraguai já estava com 1,28 m na régua do 6º Comando do Distrito Naval. “Estamos começando a nós recuperar para ter uma cheia que consiga aumentar o nível das principais baías do Rio Paraguai. Sobre os afluentes, o Rio Miranda está com nível bem elevado, o Rio Aquidauana também. Porém são rios que enchem muito rápido por conta do volume de chuva que temos atualmente. No Rio Aquidauana, as chuvas na região de Campo Grande e no entorno geram esse reflexo. Para o Rio Miranda, há reflexos das chuvas nas regiões de Bodoquena, de Bonito e de Jardim. Uma característica deles é que ambos enchem e descem mais rápido na comparação com o Rio Paraguai”, disse.
Por Camila Farias – Jornal O Estado do MS
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