Em situação de emergência nacional, a alta nos números de internações por COVID-19 em todo o país obriga as unidades de saúde a realizarem uma verdadeira corrida pelos medicamentos do “kit entubação”. Com 100% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados, o Humap-UFMS (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) só tem fármacos suficientes para uma semana.
No HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), há estoque de bloqueadores neuromusculares, anestésicos e sedativos por, no máximo, 30 dias. A diretora-presidente do HRMS, Rosana Leite de Melo, relatou ao jornal O Estado que a instituição, referência no atendimento ao novo coronavírus, já repassou ao corpo clínico “instruções de substituições e adequações de alguns remédios”. Por mês, são necessárias 30 mil ampolas de relaxantes musculares no hospital.
Retaguarda do Hospital Regional, a Santa Casa de Campo Grande está com o estoque crítico em diversas medicações como Heparina, usada no tratamento de coágulos; Fenoterol, indicado para crises agudas de asma; cloreto de potássio e vitamina K, utilizados no processo de entubação; os fármacos Atracúrio e Atropina também correm o risco de acabar em breve.
O coordenador de farmácia da Santa Casa, Igor Luiz da Silva, explicou que a instituição tem feito solicitações de compra dos fármacos para garantir um estoque de pelo menos três meses. “Mas, além de ser difícil de encontrar na indústria farmacêutica por conta da falta de matéria-prima ou pelo fato de algumas empresas estarem focadas em medicações específicas para COVID, também temos enfrentado o encarecimento dos medicamentos”, ressaltou.
O levantamento do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), realizado nesta semana, mostrou que 11 medicamentos do “kit entubação” estão em falta ou com estoque para 20 dias em 10 estados. No caso dos bloqueadores neuromusculares, 18 estados registram falta ou estoque baixo, que também deve durar 20 dias.
(Confira mais na página A5 da versão digital do jornal O Estado)
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