O MEC (Ministério da Educação) quer descartar ao menos 2,9 milhões de livros didáticos que nunca foram entregues a alunos de escolas públicas. Os exemplares, comprados em gestões anteriores, são considerados sem utilidade. As informações foram divulgadas neste sábado (11) pelo jornal o Estado de S.Paulo.
Tratam-se obras de todas as disciplinas e de todas as séries, do ensino fundamental ao médio e fazem parte de uma reserva técnica feita para evitar que os alunos fiquem sem livros caso novas turmas ou colégios sejam inaugurados. O gasto estimado com os 2,9 milhões de livros é de mais de R$ 20,3 milhões, uma vez que a média do valor por unidade é de R$ 7. O estoque, porém, pode ser até 3 vezes maior.
O processo para se livrar do material começou no fim do ano passado quando a área de logística e distribuição do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) emitiu 1 documento alertando para a necessidade de reduzir o estoque armazenado em 1 depósito. O imóvel onde estão os livros é alugado dos Correios e fica localizado em Cajamar, na Grande São Paulo.
Um levantamento preliminar feito em dezembro mostrou que a reserva contava com 4,2 milhões de exemplares, sendo que desses, 2,9 milhões “venceram” de 2005 até 2019. Ou seja, estão desatualizados, o que dificulta a destinação do material de acordo com especialistas consultados pela reportagem.
Em nota, o FNDE disse que “não há efetivamente nenhum prejuízo” com a reserva. Disse ainda haver necessidade para atender “as escolas novas criadas a cada ano, os alunos que ingressam no sistema de ensino e a eventual falta de livros em determinada unidade”. O órgão afirmou ainda ter conhecimento “quais e quantos exemplares estão armazenados e disponibilizados para solicitações das escolas” embora não tenha comentado o estudo sobre descarte. (Poder 360)