No período, Campo Grande teve 74.262 novos registros de edificações
O número de registros de imóveis usados para fins religiosos cresceu 41% em 9 anos na Capital Morena, segundo dados do Anuário da evolução imobiliária 2019, elaborado com dados da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano). Em 2009 eram 1.229 edificações religiosas, já em 2018 o número passou para 1.737.
Segundo a arquiteta e urbanista, Aline Skowronski, o fenômeno de expansão das igrejas não é exclusivo do Brasil, outros países mundo afora também o vivem. ”As igrejas estão participando do mercado imobiliário e vemos que hoje nas cidades, edifícios que antes eram comércios e funcionavam como serviços estão hoje, sendo transformados em igrejas, ou templos e locais de adoração. Então, na hora do desenvolvimento de um plano para o município isso precisa ser considerado também, que imóveis que temos na cidade que podem ser utilizados para fins religiosos”, explica.
Skowronski também acredita que o número real de imóveis ocupados por igrejas e templos é maior que o identificado devido à informalidade. ”É um dado oficial que remete a igrejas que já estão aprovadas na Prefeitura e são cadastradas como igrejas, mas além disso, temos um número infinito de edificações que são utilizados para encontros religiosos e cultos, que nem mesmo estão identificados no cadastro municipal como igrejas”, comenta. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) dão conta que o número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos.
Já o número de registros residenciais cresceu 52,05% no período passando de 212.029 mil para 322.386 mil. Ainda de acordo com a especialista, este aumento é natural e fruto de uma população cada vez mais reunida nos centros urbanos. ”No mercado imobiliário passamos por momentos de oferta, de grande oferta, e de grande procura, ou demanda. Então, tivemos de 2008 até 2012 um aumento muito grande da oferta de imóveis e isso tá se refletindo agora nessa ocupação, esse crescimento muito elevado de residências, mas isso é uma consequência da população que não tá mais localizado nas áreas rurais e sim cada vez mais nos espaços urbanos, então isso é um processo natural”.
A quantidade de registros comerciais também teve destaque no período. Há nove anos, os imóveis comerciais somavam 14.179 unidades. Agora, são 18.094, ou seja, crescimento de 27,6%. Ao todo, Campo Grande registrou 74.262 imóveis no mesmo espaço de tempo, saindo de 367.781 mil para 442.043 mil.
(Texto: Marcus Moura)