O rendimento médio mensal de trabalho do 1% mais rico do Brasil foi quase 34 vezes maior que da metade mais pobre em 2018, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (16).
Isso significa que a parcela de maior renda ganhou em média R$ 27.744 por mês, enquanto os 50% na base da pirâmide ganharam R$ 820.
10,4 milhões de pessoas (5% da população) sobrevivem com R$ 51 mensais, em média. Se considerados os 30% mais pobres, o equivalente a 60,4 milhões de pessoas, a renda média per capita sove a apenas R$ 269.
Enquanto os 10% mais pobres da população detinham apenas 0,8% da massa de rendimento, os 10% mais ricos detinham 43,1%. A concentração da renda não era tão alta desde o início da pesquisa, em 2012.
Também houve alta do Índice de Gini, uma das principais medidas de desigualdade, no que se refere ao rendimento médio mensal real domiciliar per capita.
A taxa, que varia de zero (igualdade total) até um (desigualdade máxima), foi estimado em 0,545 em 2018. Entre 2012 e 2015 houve uma tendência de redução (de 0,540 para 0,524), que foi sendo revertida a partir de 2016.
O diagnóstico geral, no entanto, é que os mais pobres ficaram mais pobres e os mais ricos ficaram mais ricos, de acordo com Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad. O fenômeno tem relação com a crise no mercado de trabalho, que afetou especialmente o extrato de trabalhadores com menor qualificação e menor remuneração. (Revista Exame)