Unidade de referência da Capital no combate ao coronavírus, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) vem dando conta de atender a demanda dos contaminados pela doença, adiando os planos de enfim o governo do Estado passar a utilizar o hospital de campanha instalado no prédio do local, no bairro Aero Rancho há mais de dois meses. Segundo o balanço da unidade divulgado segunda-feira (8) pela administração do HR, apenas 25 dos 386 leitos disponibilizados para o COVID-19 estão ocupados. Ou seja, uma taxa de 6,5% de utilização.
Desse total, segundo o HR, são cinco pacientes confirmados com COVID-19 na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e dois em leitos clínicos. Outros 13 suspeitos da contaminação estão em quadro clínico, com outros cinco também aguardando os resultados do exame na UTI. Quando falou da abertura do hospital de campanha, no início de abril, o secretário de Estado da Saúde, Geraldo Resende, informou que o local seria aberto apenas se a estrutura do HR atingisse 70% de sua ocupação.
A unidade de apoio montada pelo governo do Estado conta com leitos e equipamentos necessários para atendimento a pacientes com suspeita, porém sem indicação de internação. “Esse centro de apoio começará a ser utilizada quando o hospital atingir o nível dois de ocupação. E estará à disposição de pacientes encaminhados pelas unidades básicas de saúde ou pelas unidades de pronto-atendimento, se estiverem com suspeita de terem contraído a COVID-19, mas que ainda não necessitem de internação”, apontou a diretora-presidente do Hospital Regional, Rosana Leite de Melo.
O hospital de campanha tem três tendas com contêineres que vão abrigar consultórios e salas de observação, sendo que a tenda maior terá uma estrutura com 108 leitos e 22 poltronas, assistidos por 60 técnicos em enfermagem, 32 enfermeiros e 16 médicos, além de equipamentos como inaladores e oxigênio.
O valor total gasto para a montagem do local não foi revelado, mas levantamento feito pelo O Estado, por meio dos dados do Portal da Transparência, sobre valores despendidos pelo governo por meio emergencial, ou seja, sem licitação, apontam mais de R$ 5 milhões, entre a aquisição dos equipamentos, insumos e aluguéis da infraestrutura.
Chama a atenção que, entre os sete leitos utilizados por pacientes confirmados com coronavírus no HR, apenas dois sejam de fato de Campo Grande, ambos ocupando leitos clínicos. Todos os restantes são do interior.
Segundo a assessoria do HR, são doentes de cidades como Jardim, Guia Lopes da Laguna e até da Bolívia, de onde foi resgatado um brasileiro de Santa Cruz de la Sierra pelos bombeiros por não haver leitos disponíveis no país vizinho.
(Texto: Rafael Ribeiro/Publicado por João Fernandes)