Com apenas oito leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 13 vagas clínicas disponíveis no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), unidade de referência no combate ao coronavírus em Campo Grande, as autoridades de saúde correm para estabelecer um protocolo de atuação que inclui o uso de vagas em outras unidades de saúde da cidade. E uma delas é o Hospital do Pênfigo. Desde o último dia 11, está acertada a reativação de 70 leitos na unidade, que estavam parados desde 2016. Desses, 10 serão de UTI.
Segundo a prefeitura informou, as vagas atenderão pacientes não só de COVID-19, mas também de dengue. Desse jeito, preveem, se evitará o esgotamento imediato da capacidade inclusive do Hospital de Campanha, anexo ao Regional, no Aero Rancho, cuja abertura vem sendo programada e adiada desde a última semana.
O acordo firmado prevê que prefeitura e governo do Estado vão disponibilizar recursos humanos para a abertura dos leitos na unidade particular. Segundo nota divulgada pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) em março, foi assegurado aporte financeiro, em valor não informado, para a locação de equipamentos que garantam a nova estrutura. O Estado revelou na terça-feira (23) que o Regional já transferiu pelo menos 13 pacientes para a Santa Casa e o HCAA (Hospital de Câncer Alfredo Abrãao), a maioria deles sem coronavírus. A estratégia, diz Rosana de Melo, diretora-presidente da unidade, visa deixar o local como exclusivo para a COVID-19 e seus sintomas relacionados, como os casos de SRAGs (síndromes respiratórias agudas graves).
É nesse contexto que não só o Pênfigo como a própria Santa Casa e até o Hospital Universitário aparecem como “forças auxiliares”. A tentativa não é inédita. Muito antes da pandemia, em agosto do ano passado, a Sesau (Secretaria Municipal da Saúde Pública) já tinha planos de abrir 65 leitos de emergência no Pênfigo após ele receber a habilitação como filantrópico pelo Ministério da Saúde. Os R$ 40 milhões previstos para a operação viriam de emendas parlamentares. E o assunto chegou a ser alvo de investigação do Ministério Público Estadual.
Desta vez existe o fator emergencial. Segundo os dados de ontem (23) da SES, 71% dos 212 leitos de UTI da Capital estão ocupados, sendo 60% deles com casos que não são de coronavírus. Somados, pacientes suspeitos ou com COVID-19 ocupam 11% desses espaços.
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(Texto: Rafael Ribeiro/Publicado por João Fernandes)