Em MS, 2 mil pessoas serão beneficiadas
O Governo do Estado planeja pagar auxílio de R$ 900 para cuidadores de pessoas com deficiência. Para isso, é necessário estar cadastrado no CadÚnico (Cadastro Único). Em Mato Grosso do Sul, serão 2 mil pessoas de baixa renda beneficiadas, que precisam tomar conta de alguém com deficiência. O programa “Cuidar de Quem Cuida”, lançado pelo governador Eduardo Riedel, ainda depende da aprovação de um projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa. Mas o representante do governo já comemora a criação do projeto com um impacto social na vida de muitos sul-mato-grossenses.
“É um dos programas mais transformadores, não pela escala, mas por quem vai ser atendido. Duas mil famílias vão receber R$ 900, que vão fazer a diferença para quem doa a sua vida a cuidar de alguém. Estamos com um olhar muito atento na assistência social para a qualidade no atendimento. Estamos enxergando o apoio e o repasse financeiro para atingir aquele alvo que não está se encaixando dentro da prosperidade do Estado, seja pelo motivo que for”, reforçou Riedel, quanto à intenção do programa.
Como receber
A secretária de Estado de Direitos Humanos e Assistência Social, Patrícia Cozzolino, explicou que existem duas formas de acesso ao benefício. “Nós já temos os endereços dessas 2 mil pessoas, que estão registradas no CadÚnico e o fizeram via Cras (Centro de Referência da Assistência Social). Elas serão procuradas pela Sead, mas também tem a possibilidade de fazer o cadastramento pelo site (www.sead. ms.gov.br)”, completou.
Após a publicação da lei, a Sead (Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Assistência Social) iniciará um processo de visitas, de outubro a dezembro, com base nos dados do CadÚnico, com o objetivo de verificar in loco a elegibilidade desses cuidadores ao benefício social. Após esse período também estará disponível o link para os cuidadores não localizados na busca prévia.
Durante a permanência no programa, o cuidador e a pessoa sob sua responsabilidade serão acompanhados por equipe multidisciplinar da secretaria. O programa irá atender cuidadores de PcDs (Pessoas com Deficiência) nível 2 e 3, que são aqueles que não podem viver sozinhos e precisam de cuidador em tempo integral.
Experiência
O presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Valdir Junior, explicou que os municípios também ganham com a medida, com uma redução de pedidos judiciais para pagamento de cuidadores.
“Já tiveram casos na minha cidade (Nioaque), em que a Defensoria Pública, Ministério Público e a juíza em ação contra o município pedem para a gente atender e acaba que não temos aquela legalidade de colocar uma pessoa ali. O governo, lançando esse programa, além de dar um alívio, também dá formalidade para colocar ali uma pessoa para acompanhar quem precisa”, ressalta o presidente sobre a importância do programa.
A cuidadora de idosos, Edmeire Ocampos, 48, explica que está na profissão desde 2015 e seu primeiro emprego foi em uma casa de repouso. Ela relembra que, na ocasião, sentiu que ali todos os pacientes precisavam de muito carinho, amor e empatia. Por isso, permanece até hoje na profissão, buscando oferecer a melhor experiência aos pacientes que atende. Para Ocampos, a dificuldade em ser cuidadora não é pouca, pois além de todo o preparo técnico, é preciso saber lidar com a carga emocional.
“As dificuldades de ser um cuidador podem variar, dependendo da situação e das necessidades do paciente, mas algumas das maiores dificuldades incluem a carga emocional. Cuidar de alguém pode ser emocionalmente desgastante, especialmente se o paciente estiver enfrentando uma doença grave. Lidar com o sofrimento e as emoções do paciente e suas próprias emoções pode ser desafiador”, destaca a profissional.
Por – Suzi Jarde e Julisandy Ferreira
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