Objetivo é queimar pastagens secas e evitar proliferação de chamas
O Governo do Estado vai começar a incentivar as chamadas queimadas controladas – ou ‘fogo frio’, conforme a região – como forma de prevenir novos incêndios de grandes proporções no Pantanal a partir do ano que vem.
Segundo Jaime Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, a queimada controlada teria um “caráter educacional”. “A prevenção de incêndios no Pantanal só pode ser feita com o apoio da população. Em para isso, o Imasul (Instituo de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) busca medidas. Uma delas pode ser a popularização do mecanismo das queimadas controladas”, disse.
Queima controlada é o uso do fogo de forma planejada para se atingir a um determinado objetivo, como, por exemplo, a limpeza de uma pastagem. Seu uso é legalizado, desde que haja autorização das autoridades.
Essa ação exige um planejamento prévio, onde devem ser considerados aspectos legais, como as técnicas de queima, as condições climáticas, a previsão do comportamento do fogo, os equipamentos e as ferramentas apropriadas e até os vizinhos à área a ser queimada.
É grande a diferença para o incêndio florestal, que por sua vez é a ocorrência do fogo em qualquer forma vegetativa. Pode ser causado de diversas formas, desde as naturais, até aquelas causadas pela ação do homem. Essas ações podem ser de caráter criminoso, acidental ou inesperado.
Segundo Verruck, neste ano o Estado recebeu apenas três pedidos de queimada controlada por parte de fazendeiros da região do Pantanal. A prática, contudo, está proibida no Estado desde a publicação de Decreto Emergencial pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
O uso da queima controlada foi defendido ontem (17) pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “Por questões de escolhas específicas, não se autorizou nos Estados o uso da queima controlada, o chamado fogo frio, lá no Pantanal. Ao longo dos anos, vai crescendo o volume de massa orgânica acumulada. Quando pega fogo, isso funciona como um grande combustível”, disse, à ‘CNN Brasil’.
A moratória do fogo decretada pelo governo federal em julho para a Amazônia e o Pantanal prevê como exceção “práticas de prevenção e combate a incêndios realizadas ou supervisionadas pelas instituições públicas responsáveis pela prevenção e pelo combate aos incêndios florestais”. Nota técnica publicada pela Semagro sobre o decreto federal também assinalou essa exceção à proibição da queima controlada.
Atualmente, brigadistas e bombeiros usam uma técnica chamada ‘queima de expansão’ para conter as chamas. Consiste em usar “fogo contra fogo”, ou seja, queima pequenas faixas do terreno para eliminar a vegetação que é combustível para incêndios. Assim, quando os focos chegam a essa faixa queimada, não há mais combustível, e a labareda é contido. A ação gerou até falsas notícias pela internet de que se tratava de grupos incendiando propositalmente o Pantanal.
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(Texto: Rafael Ribeiro)