Um dos mais conceituados Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) do Brasil ganhará nova clínica. A obra arrojada de R$ 3,8 milhões e sem comparação em estruturas equivalentes no país, foi autorizada pelo o governador Reinaldo Azambuja e o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, na manhã desta quarta-feira (15).
Serão 1.153,33 metros quadrados de área construída, com prazo de 540 dias para conclusão. A nova clínica inclui espaços administrativos, salas de cirurgia, novos ambientes para quarentena e laboratórios para exames. Muitos procedimentos mais complexos que atualmente são feitos em clínicas de universidades, passarão a ser realizados no Cras quando a obra estiver concluída, como exames de Raio-X e ultrassonografia em animais de grande porte ou cirurgias mais complexas.
O secretário Jaime Verruck lembrou que o Cras é pioneiro no mundo em procedimentos avançados, como o implante de bico em uma arara Canindé realizado com sucesso no mês de março e que repercutiu nos meios científicos internacionais. Também foi feito pelo Cras, recentemente, uma prótese em impressora 3D para implantar em um mutum, pássaro de grande porte que foi vítima de atropelamento.
Durante o ano passado foram realizados 555 procedimentos cirúrgicos no Cras, mesmo sem as instalações adequadas, média de 11 cirurgias por semana, relata o responsável técnico pelo órgão, médico veterinário Lucas Cazati. Nesse período, o Cras recebeu 1.780 animais com ferimentos, vítimas do tráfico ou que estavam sendo criados em cativeiro, contrariando a lei.
Recuperando a fauna
A maioria dos animais chega ao Cras em situação bastante precária, afirma Cazati. Passam por uma bateria de exames, recebem o atendimento médico necessário e permanecem em quarentena, isolados para não provocar eventual infecção nos demais habitantes do local.
Após a recuperação, são devolvidos à natureza ou, caso não estejam mais em condições de sobreviver em seus habitats, a equipe procura um novo ambiente em que possam viver.
Do total de animais que deram entrada no Cras no ano passado, 855 foram levados de forma voluntária por populares; outros 751 foram resgatados pela Polícia Militar Ambiental, 65 por fiscais do Ibama, 85 encaminhados por universidades e 24, pelas equipes da CCR Vias que mantém convênio com o Centro para atender as vítimas de atropelamentos na BR-163.
(Texto: João Fernandes com assessoria)