Em um ato simbólico realizado ontem (14), o MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul) prestou homenagem à jornalista Vanessa Ricarte, servidora da instituição vítima de feminicídio em Campo Grande. A cerimônia marcou a instalação do Banco Vermelho, símbolo internacional de combate à violência contra a mulher, que chega pela primeira vez ao Estado.
Durante a ação, a procuradora-chefe do MPT-MS, Cândice Gabriela Arosio, destacou que o ato busca provocar uma reflexão coletiva sobre o feminicídio. “Não são apenas números, são mulheres que perderam suas vidas. Precisamos nos colocar num processo de reflexão a respeito da problemática do feminicídio e sobre o nosso dever enquanto cidadãos de atenção e responsabilidade em relação a todas as vítimas”, afirmou.
O ato reuniu amigos, familiares e servidores da instituição. Durante a homenagem, balões vermelhos foram dispostos sobre o Banco Vermelho, cada um representando uma das 30 vítimas de feminicídio registradas em Mato Grosso do Sul neste ano. Em um gesto simbólico, a família de Vanessa soltou o balão em homenagem à jornalista.
Walker Ricarte, irmão de Vanessa, agradeceu a homenagem e fez um apelo por justiça e por políticas mais rigorosas de enfrentamento à violência. “É um vazio que fica na sociedade, não só por causa da Vanessa, mas de todas as famílias destruídas por esse crime. Precisamos de leis mais severas para proteger mulheres em situação de violência e evitar que novas mortes aconteçam”.
Programa Banco Vermelho
O Programa Banco Vermelho prevê a instalação de bancos em espaços urbanos como forma de promover reflexão e campanhas permanentes de prevenção à violência contra a mulher e ao feminicídio. A proposta foi apresentada pela vereadora Luiza Ribeiro (PT) e aprovada na Câmara Municipal de Campo Grande, aguardando a sanção da prefeita.
“Mato Grosso do Sul é um dos estados mais violentos contra as mulheres. Precisamos de políticas públicas estruturantes para que a sociedade reflita sobre a violência e para que as mulheres tenham proteção. Sem isso, a violência se naturaliza e pode escalar até chegar ao feminicídio. Nós precisamos que tenha muita política pública para sair dessas estatísticas”, afirmou a vereadora.
O projeto é realizado em parceria com a Superintendência da Conab-MS (Companhia Nacional de Abastecimento) e a Procuradoria Especial da Mulher ‘Jornalista Vanessa Ricarte’ da Casa de Leis.
O banco ficará exposto na sede do MPT-MS até o dia 16 de outubro e, em seguida, será levado para outros órgãos da Capital.
Por Geane Beserra
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