As pessoas expostas às águas das enchentes que têm atingido várias regiões devem ficar atentas ao eventual aparecimento de sintomas como febre, náuseas e diarreia, o que pode ser sinal de leptospirose e hepatite A. Ante qualquer suspeita, um serviço de saúde deve ser procurado.
Preventivamente, deve-se lavar com sabonete as partes da pele molhadas na inundação o mais rapidamente possível, embora isso nem sempre impeça o contágio.
O médico e sanitarista Alexandre Chieppe, diretor-médico da MedLevensohn, ressalta que a leptospirose, transmitida pela urina de roedores, principalmente ratos, é uma doença que se pode contrair no contato com águas contaminadas das enchentes. Os primeiros sintomas aparecem, em média, uma semana após o contágio: febre alta, mal-estar, dor muscular, olhos vermelhos, tosse, cansaço, náuseas, diarreia, manchas vermelhas no corpo. Tambbém pode ocorrer meningite a partir da contaminação.
“Quanto mais rapidamente ocorrer a administração dos remédios, menor será a possibilidade de evolução para quadro mais grave, que sempre exige internação hospitalar”, ressalta Chieppe. Ele ainda recomenda que não devem ser tomados analgésicos e antitérmicos que contenham ácido acetilsalicílico (Aspirina, AAS, Melhoral etc.), pois aumentam o risco de sangramentos”.
Hepatite A
A Hepatite A é outra doença infecciosa aguda que pode ser contraída devido ao contato com as águas de enchente. Atinge o fígado e é causada pelo vírus VHA, transmitido por via oral-fecal, ou de uma pessoa infectada para outra saudável ou, ainda, por meio de água contaminada. O sintoma inicial é febre.
Depois, aparecerem dores musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas, vômito, olhos e fezes amarelo-esbranquiçadas, urina mais escura e icterícia (coloração amarela da pele e/ou olhos, causada por um aumento na concentração de bilirrubina na corrente sanguínea). O primeiro sinal costuma manifestar-se, em média, entre 15 e 40 dias após o contágio.
(Texto: João Fernandes com Agência Brasil)