Estoque de sedativos para entubação deve durar 20 dias

Considerada a maior crise sanitária global já enfrentada, a pandemia provocada pelo novo coronavírus causou um colapso na rede pública de saúde em todo o país. Além da superlotação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), a COVID-19 provocou em diversas unidades da Federação o desabastecimento de sedativos utilizados para entubação de pacientes graves da doença.

No Estado, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) emitiu, ainda no mês de junho, uma nota técnica alertando que a instituição só possuía fármacos suficientes para mais um mês. Agora, com leitos lotados frequentemente, o tempo de duração dos estoques caiu para cerca de 20 dias. A até manhã de ontem (22), a taxa de ocupação era de 97,7%, o que significa que só havia dois leitos livres.

De acordo com a administração, o HRMS, referência no enfrentamento à COVID-19 no Estado, conseguiu no início da pandemia manter um estoque razoável desses medicamentos, entretanto o aumento no número de internações já preocupa a administração. Conforme a diretora-presidente do HRMS, Rosana Leite de Melo, o hospital no momento tem medicamentos para se manter por mais 20 dias. “Temos uma licitação em andamento, ainda temos estoque para mais 20 dias. A licitação empenhada está dentro do prazo de entrega, conforme o termo de referência”, pontuou.

Em audiência pública no mês de junho, o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) já havia alertado para a falta iminente de medicamentos para sedação. A entidade realizou um levantamento com todas as 27 secretarias estaduais de Saúde. Entre os 25 estados que responderam ao questionário, 24 relataram falta de medicamentos, como bloqueadores musculares. O Ministério da Saúde adquiriu no dia 17 deste mês cerca de 54.867 unidades de medicamentos usados no auxílio da entubação de pacientes em UTI que se encontram em estado grave ou gravíssimo pela COVID-19.

Os medicamentos adquiridos no Uruguai foram encaminhados aos estados em situação de estoque mais crítico, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram entregues 48.867 unidades de Propofol, cinco mil de Priaxim e mil unidades Dexmedetomidina. A aquisição custou ao Ministério da Saúde US$ 298,5 mil. Para os demais estados, o Ministério da Saúde informou, em nota, que está fazendo “um ‘esforço de guerra’ para equalizar essa demanda no país e salvar vidas”.

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(Texto: Mariana Moreira/Publicado por João Fernandes)

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