Estado pede endurecimento de medidas, mas município discorda

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O desrespeito ao isolamento social e às medidas de prevenção contra o novo coronavírus tem sido notório nos últimos dias, e tem impactado na ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na macrorregião de Campo Grande, chegando a 94%. Diante deste cenário, o Estado reafirma a necessidade de medidas mais rígidas para o controle da pandemia, pois a maior parte dos pacientes internados na Capital não vem de outros municípios.

De cada dez pacientes internados com o vírus, nove são moradores de Campo Grande. De acordo com os dados divulgados ontem (23) pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), das 158 solicitações de internação pela infecção do vírus nos hospitais públicos da Capital neste mês (de 1 a 22 de julho), 143 pacientes são do próprio município. Apenas 15 pacientes são do interior, vindos de 11 cidades, todas da macrorregião da Capital.

Segundos os dados da Central de Regulação, a realidade na rede privada é a mesma. Das 110 internações no período em decorrência da doença, 100 são de campo-grandenses e apenas 10 de pacientes de outros municípios. A mesma proporção se repete no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), unidade de referência ao atendimento de pacientes com o novo coronavírus no Estado. No HRMS, 87 dos 96 leitos críticos estão ocupados e a maioria deles por moradores de Campo Grande. São 78 pacientes da Capital e apenas 9 do interior.

O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, destacou a alta disseminação da doença na cidade durante transmissão on-line do boletim epidemiológico. “Os dados comprovam a situação agravante em nossa Capital, que hoje ocupa o primeiro lugar no ranking estadual de casos confirmados e, infelizmente, de óbitos, evidenciando a necessidade de tomarmos medidas mais rígidas para o controle da pandemia em nossa cidade”, disse.

Geraldo ainda ressaltou que Campo Grande precisa avançar mais dentro do programa Prosseguir no sentido de adotar as medidas que levem à diminuição do número de casos de COVID-19. “Estamos com 91% de taxa de ocupação em Campo Grande, precisamos adotar medidas que levem à diminuição do número de pessoas contaminadas e acima de tudo evitar a ocupação de leitos de UTIs com outros agravos, principalmente os que podem ser evitáveis, como internações oriundas de acidentes automobilísticas que só acontecem pela grande mobilidade de pessoas na Capital”, destacou.

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(Texto: Dayane Medina e Mariana Moreira/Publicado por João Fernandes)

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