Considerado um dos biomas brasileiros mais ricos, o Pantanal enfrenta este ano a maior queimada de sua história. Desde o dia 21 de novembro, a região passou a contar com o apoio do Grupo Energisa, que doou R$ 200 mil para a aquisição de aproximadamente 20 toneladas de alimentos, num primeiro momento, além de combustível para o Instituto Homem Pantaneiro, do Mato Grosso do Sul, e o grupo de voluntários É O Bicho MT, de Mato Grosso.
As organizações estimam que 11 milhões de animais morreram atingidos pelo fogo. Mais do que fornecer energia, o Grupo Energisa tem o compromisso de manter o desenvolvimento sustentável nos dois estados por meio de suas distribuidoras (Energisa Mato Grosso e Energisa Mato Grosso do Sul).
“Acreditamos numa economia sustentável e no valor de uma floresta em pé. Para contribuir no combate as queimadas no Pantanal, estamos doando recursos para organizações parceiras que estão à frente das ações de prevenção e combate as queimadas, bem como no apoio aos seus povos e biodiversidade”, afirma Isabel Vasconcellos, gerente de sustentabilidade do Grupo Energisa.
No Mato Grosso do Sul, a ação está concentrada na Serra do Amolar, em Corumbá, que teve cerca de 70% da área queimada, mas que ainda serve de refúgio aos animais que fugiram de outras áreas por concentrar algumas lagoas.
“Os animais invertebrados e insetos foram fulminados. Nosso foco tem sido prover alimentos a mamíferos e aves, já que as árvores frutíferas do Pantanal foram perdidas para o fogo”, explica Ângelo Rabelo, presidente do Instituto Homem Pantaneiro. A instituição é responsável pela gestão da Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar e reúne fazendas, reservas e outras organizações.
A equipe do Instituto Homem Pantaneiro segue as diretrizes definidas pelo Comitê Interinstitucional de Combate a Incêndios Florestais, do qual fazem parte ONGs, institutos, universidades e órgãos públicos. Por duas semanas, os pesquisadores monitoraram a Serra do Amolar para verificar as populações de animais presentes na região e traçar a melhor estratégia para sua alimentação. Sendo assim, escolheram frutas e legumes menos perecíveis, como laranja, abóbora e melancia, que são colocados em árvores e no chão, visando atender a diferentes espécies.
Os voluntários também distribuem rações de equinos, cães e aves e milho seco. A bióloga Letícia Larcher, que integra o IHP, explica a necessidade desse planejamento. “Pela nossa experiência, percebemos que antas, por exemplo, gostam de ração de cavalo misturada a melado, enquanto a ração de pássaros pode servir às aves que costumam se alimentar de cereais, como periquitos e araras”, afirma a cientista. Serão entregues 11,7 toneladas de frutas e legumes na região.
Mato Grosso
Já no Mato Grosso, as ações são coordenadas pelo Comitê Estadual de Gestão do Fogo, que inclui o governo estadual, Corpo de Bombeiros, IBAMA e outras instituições públicas e privadas. No estado, o grupo É O Bicho MT percorre diariamente os municípios de Mimoso, Barão de Melgaço e Poconé, porta de entrada do Pantanal Mato-grossense e importante reduto do bioma, distribuindo mantimentos como banana, mamão, melão, melancia, laranja, batata doce e ovos, além de ração e milho. A Energisa está contribuindo até o fim de novembro com cerca de nove toneladas de alimentos, com foco em bananas, mamões e melões.