Motivação interna também é crucial para quem não tem apoio
Quando a universitária Elisa Gonçalves, de 24 anos, decidiu mudar do curso de Letras para se matricular em Marketing, foi a sua avó que teve papel decisivo para permitir que ela seguisse em uma nova jornada acadêmica. Com uma bolsa de estudo de 60%, faltava o dinheiro para o pagamento da matrícula. “Pedi o dinheiro da pré-matrícula emprestado e ela nunca me deixou devolver o valor a ela”, conta.
Com a pandemia, que deixou Elisa desempregada e sem condições de quitar os boletos, novamente é a avó que segue fazendo o possível para que a estudante siga com os seus objetivos. “Minha avó disse que não queria que eu desistisse do meu curso e assumiu as mensalidades desde então”, conta com gratidão e na expectativa da formatura prevista para dezembro deste ano.
Já na casa da administradora e pedagoga Isabele Louise, 35, a atenção especial com a educação é como uma base, estando presente na vida de toda família, do caçula Romeo, de 3 anos, do Lorenzo, 10, e do esposo Carlos Eduardo, 41. Na família, é unânime quando questionado quem mais incentiva quem: a Isabele. Enquanto professora, ela ajuda nos estudos dos pequenos do 4º e 5º ano do fundamental, além disso, por causa dela, o esposo Carlos se formou em Engenharia Civil.
Segundo ele, o apoio motivacional foi crucial para vencer as barreiras na conquista do diploma. “Ela sempre estava dizendo que eu era capaz”, lembra o engenheiro que foi um dos 16 concluintes da turma que começou com 80 alunos. “Passei bastante tempo estudando nas madrugadas e finais de semana”, destaca. Atualmente, Carlos estuda Matemática na modalidade EAD.
O filho mais velho do casal, o Lorenzo, está no ensino básico e é considerado pelos pais um bom aluno. “Ele é responsável nessa parte, faz as atividades e corrige sozinho. Eu confiro e tiro dúvidas”, afirma a mãe. Em casa, a adaptação à nova forma de estudar está sendo bem administrada em família. Lorenzo tem aulas da escola, de idiomas e robótica. Por enquanto, os estudos estão sendo on-line.
O caçula Romeo ainda não está na escola, mas os pais fazem questão de ensiná-lo, desde cedo, o valor da Educação. A mãe é a responsável por passar atividades para ele. “Em casa é muito natural. Eu cobro um pouco, nessa parte tem que ter controle porque, às vezes, me vejo cobrando muito”, pondera Isabele, que não recebeu incentivo que gostaria dos seus pais. “Eu era a caçula rebelde da família, que gostava de ficar no quarto lendo e ouvindo música, mas frequentava sebos e a biblioteca municipal”, justifica.
Incentivo próprio também é crucial para a formação
Se hoje a matriarca da família é o principal elo de incentivo educacional dos filhos e marido, para sua própria trajetória educacional ela contou com a força de vontade própria para seguir estudando. A professora conta que, ao terminar o Ensino Médio, precisou trabalhar para pagar o cursinho pré-vestibular.
“Ia correndo para o cursinho, sempre atrasada e cansada. Não passei por pouco no meu primeiro vestibular”, destaca. Por isso, sua motivação interna foi fundamental para que ela continuasse tentando e, enfim, alcançasse seus objetivos.
Assim como para Isabele, a motivação própria também foi importante na vida de Yuri Henrique, 19 anos. Ele sempre teve vontade de ingressar na faculdade, embora soubesse que suas condições financeiras limitavam a realização do sonho. Foi então que ele soube das bolsas de estudo do Educa Mais Brasil e conseguiu desconto vantajoso na mensalidade do curso Técnico em Enfermagem.
Vencida a batalha de cada mensalidade paga, Yuri precisa percorrer ainda distância de 100km por dia para estudar. “Cansativo é, mas quem tem sonho tem que correr atrás. Nada cai do céu, né? O que vem fácil, vai fácil. A gente tem que lutar para as coisas darem certo”, ensina o estudante.
(Texto: Agência Educa Mais Brasil)