Na Capital, diminuição também foi consolidada em oito índices analisados, com destaque para feminicídios
Os crimes contra o patrimônio e latrocínios (mortes em assaltos) foram as principais modalidades marginais que levaram Mato Grosso do Sul a apresentar expressiva queda nas estatísticas criminais entre janeiro e agosto deste ano na comparação com o mesmo período em 2020.
Segundo os dados apresentados ontem (21), pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, o registro de roubos nas delegacias em todo o Estado caiu de 3.472 nos primeiros oito meses de 2020 para 3.043 neste ano. Uma redução de 12,4%.
Os números informados pela pasta também mostram redução de 18,2% nos casos de latrocínio (morte em assalto) na comparação entre os períodos. Roubos em vias urbanas (-14%), roubos aos comércios (-12,2%) e furtos de veículos (-11,9%) completam a lista de crimes em que o Estado apresentou queda considerável de registros feitos.
Em Campo Grande, a pasta informou que houve redução em 8 dos 12 índices criminais monitorados. No último dia 14, um ranking elaborado por uma empresa especialista em urbanismo com base em dados recolhidos de 677 cidades de grande porte, ou seja, com mais de 50 mil habitantes, elegeu Campo Grande como a capital de estado mais segura do Brasil.
Nos dados tanto de capitais quanto de cidades com mais de 500 mil habitantes, Campo Grande alcançou a primeira colocação média no quesito segurança, com nota de 4,224. No geral, contudo, a cidade foi apenas a nona colocada geral, com São Caetano do Sul (SP) líder, com 4,595. A nota é uma média de análise de itens como homicídios, morte no trânsito, despesa com segurança, agentes por habitantes, monitoramento de riscos e centro de controle e operações.
Segundo informações da Sejusp, as maiores reduções foram nos casos de feminicídio (-87,5%), com oito casos no ano passado e apenas um até o período informado neste ano, e nos roubos seguidos de morte (-60%), com cinco registros até agosto de 2020 e apenas dois no mesmo período em 2021.
A Capital apresentou queda também nos furtos de veículos (-15,3%), homicídios dolosos (-15,2%), roubos em vias urbanas (-13,4%), total de roubos (-13%), roubos a comércios (-10,5%) e nos homicídios culposos no trânsito (-2,4%).
Outro ponto destacado pela pasta foi o índice de assassinatos resolvidos. Dos 280 homicídios registrados em Mato Grosso do Sul neste ano, 164 já foram elucidados e os autores presos ou indiciados. A taxa de esclarecimentos do Estado até o mês de agosto é de 58,6%, uma das maiores do Brasil, que tem média nacional de 20%.
Para o secretário Antonio Carlos Videira, os números do Estado refletem os investimentos feitos pela gestão estadual na área e a valorização dos policiais.
“Mato Grosso do Sul tem hoje um dos maiores índices de esclarecimentos de homicídios do país, é também o estado que mais apreende drogas no país e ainda assim apresenta números que são referência nacional, reflexo dos investimentos maciços feitos pelo Governo do Estado”, disse, por meio de comunicado divulgado pela pasta.
“Essa redução certamente é resultado da capacidade, empenho e dedicação incessante dos nossos policiais civis no desempenho de suas funções, da inegável qualidade da estrutura operacional colocada à disposição, da capacitação e aprimoramento de alto nível, disponibilizados aos nossos profissionais, através dos vários e relevantes investimentos no setor”, disse o delegado- -geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo.
Para o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcos Paulo Gimenez, a redução na criminalidade em Campo Grande está diretamente ligada aos investimentos, em pessoal e infraestrutura, que propiciaram um aumento expressivo do policiamento nas ruas da Capital, apontando assim a implantação do Programa de Obtenção de Capacidade Operacional Plena.
“Com o OCOP nós tivemos uma diminuição de 31% no número de chamadas não atendidas pelo 190, conseguimos atender com êxito 64% de todas as chamadas que chegaram ao telefone de emergência da Polícia Militar, tivemos um empenho 30% maior de viaturas e uma queda de 70% das ocorrências fechadas por falta de viatura para atendimento”, disse.
(Texto de Rafael Ribeiro)