Ar insalubre para a população e condição danosa são efeitos de queimadas que assolam o Pantanal
A fumaça causada pelas queimadas do Pantanal enfim vem afetando para pior a vida em Corumbá e Ladário, com problemas que tornaram as cidades sul-mato-grossenses em um cenário típico de filmes de ficção científica apocalíptica.
Em 48 horas, os municípios viram a principal via de acesso interditada, a internet sem funcionar, o risco da água potável acabar e o fumaceiro, que expõe os moradores a uma situação de insalubridade, com riscos de problemas sérios de saúde.
A comparação não é forçada. Na manhã de domingo (27), um caminhão-baú e uma carreta colidiram de frente no trecho da ponte sobre o Rio Paraguai da BR-262, entre as duas cidades. O motorista do primeiro veículo, de 60 anos, morreu na hora.
O motivo apontado pela Polícia Federal Rodoviária como a causa do acidente foi a densa fumaça que encobria a visão dos motoristas. E, como consequência, a rodovia foi fechada pela total falta de visibilidade até a manhã de ontem (28), deixando Ladário e Corumbá isoladas e sem acesso terrestre. Foi só o primeiro tomo de uma série de fatos ruins trazidos às cidades como rescaldo das queimadas que já consumiram cerca de 3,2 milhões do bioma, sendo 1,2 mi só na área de Mato Grosso do Sul.
Nos últimos dias, a Cidade Branca e sua vizinha estão tendo problemas com serviços como internet e TV por assinatura, com quedas constantes de sinal. E a seca do Rio Paraguai aliada ao tempo extremamente seco da região fazem os moradores temerem pelo risco plausível de racionamento de água.
Se as torneiras secarem, qual o prognóstico de superar as altas temperaturas? Corumbá foi a terceira cidade mais quente do país no último final de semana com 40ºC marcados no termômetro e cerca de 44ºC de sensação térmica. Segundo os especialistas, a alta já se pode atrelada às queimadas.
O maior risco, contudo, é mesmo o ar. Corumbá e Ladário possuem, desde o último dia 16, condição insalubre para seus moradores, segundo pesquisa feita pelo site de meteorologia ‘AccuWeather’.
(Texto: Rafael Ribeiro)