A alimentação complementar deve ser introduzida de maneira lenta e gradual
Nos primeiros seis meses de vida, a criança depende apenas do leite materno, mas depois desse período começa um novo aprendizado: a alimentação. O termo introdução alimentar é usado para designar o momento de apresentar comidas para o bebê. Especialistas afirmam que essa é uma fase de extrema importância para a formação de hábitos alimentares futuros.
Apesar de parecer algo simples e, alguns papais e mamães tirarem de letra, a introdução alimentar deve ser feita com responsabilidade e cuidado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que os alimentos devem ser apresentados para a criança a partir do sexto mês de vida, mas é necessário paciência e persistência.
“Muitas vezes os pais acham que o bebê faz seis meses e já vai começar comendo de tudo e bastante, e não é assim. O leite materno continua sendo o principal alimento do bebê, a fase de introdução alimentar é apenas para acostumar o neném com novos sabores e texturas”, ressaltou a nutricionista Juliana Sampaio Aime.
Ainda segundo a nutricionista, antes de começar a oferecer os alimentos para as crianças, é preciso analisar os chamados sinais de prontidão. “Sentar com o mínimo de apoio, mostrar interesse pelos alimentos, levar brinquedos e objetos à boca, ter o sinal de protrusão da língua diminuído e conseguir sustentar a cabeça, ou seja, ficar com a cabecinha firme.”
Paula Félix é mãe de Lis, de 3 anos, e de Lara, de 7 meses, e começou a apresentar os alimentos para a filha caçula há cerca de um mês. Ela conta que para a introdução alimentar, esperou a autorização da pediatra da bebê.
“Eu oferto frutas, buscando sempre diversificar para ela ir conhecendo variados sabores e na comida salgada não coloco sal. Ofereço legumes diversos buscando ofertar variedade e sempre gosto de incluir opções que contenham ferro que são importantes nessa fase da vida, mas varia do que encontro disponível no mercado. Ela também já come arroz, carne moída, frango e peixe”, explicou Paula.
Para a mãe, Lara come bem e até o momento não rejeitou nenhum alimento. “Às vezes ela come mais, outras menos. Tento não forçar, ofereço de novo depois e, quase sempre, ela come melhor. A Lara gosta bastante de comer, dá gosto de ver”.
A insistência também faz parte da introdução alimentar. Muitas vezes a criança demonstra não gostar de certo alimento, mas é importante que os pais não desistam de tentar. “Um alimento deve ser exposto a criança pelo menos dez vezes para ter aceitação. Não se pode rotular que a criança não gosta de determinado alimento se não foi ofertado várias vezes”, orientou a médica pediatra Ili Breda.
Alimentos que podem ser oferecidos
Quando se fala em introdução alimentar logo surge a dúvida do que se deve dar para o bebê. Segundo especialistas, não existe um consenso do que deve ser oferecido primeiro, os pais devem decidir com um profissional da saúde. Porém, não há restrições para frutas e legumes.
“Os bebês podem experimentar todas, também podem consumir carnes, ovos, cereais, leguminosas e tubérculos. Adequando sempre a consistência do alimento. Os alimentos que não podem ser consumidos são: Açúcares e produtos que contenham até os dois anos de idade, mel e industrializados. Também não é recomendado oferecer sucos até um ano de idade”, disse a nutricionista Juliana.
Ela também alerta que os pais devem fugir de alimentos industrializados. “A propaganda em cima desses produtos é muito forte, ela diz ‘rico em vitaminas’ e os pais acabam achando que é uma boa opção”.
Essa fase também pode ser um momento de diversão e é permitida aquela “banguncinha” gostosa, isso porque, além das tradicionais papinhas, os pais também podem dar o alimento na mão do bebê para que ele conheça a textura do que está comendo. “Normalmente faço a papinha amassada, só que eu também ofereço a comida na mão da Lara, como brócolis, cenoura. Faço da mesma forma com a fruta, a laranja dou para ela chupar e melancia também”.
O importante é deixar o bebê alimentado para que cresça saudável e feliz. “O método utilizado para a introdução alimentar vai depender muito da segurança da família. Não existe um método ideal”, concluiu a nutricionista.
(Texto: Mariana Ostemberg)