Com quase 900 mil habitantes, apenas 2,2% da população são doadores de sangue na Capital

Foto: Divulgação
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Nos dias frios as doações são ainda mais difíceis, com queda de 40% na procura

O próximo dia 14 de junho é o Dia Mundial do Doador de Sangue. Por isso, o mês de junho foi destacado para conscientizar e incentivar a população sobre a importância de ser um doador. Devido aos períodos de outono e inverno, épocas em que há um aumento das infecções respiratórias, as doações estão em baixa. Daí a necessidade do estímulo às doações permaneçam em todas as épocas do ano.

De acordo com dados da Rede Hemosul, 320 mil pessoas são cadastradas no sistema de doadores de sangue no Estado, mas ativos, aqueles doam anualmente o número chega a 35%. Ainda segundo dados 2,2% da população é doadora de sangue em Campo Grande, no Estado esse número chega a 1,1%.

Hemossul revela ainda que os números já foram melhores, mas ano após ano os doadores estão diminuindo. Em alusão ao Junho Vermelho, o centro de referência de doação de sangue realizará diversas campanhas alertando a população sobre a importância da doação de sangue.

Segundo a assistente social da Rede, Raquel Nunes, a situação fica ainda mais crítica nos dias frios. “Agora nesse período de frio teve queda de 40% de doação de sangue. Agora que começou a fazer um pouco mais de calor já aumentou. Ontem nesse mesmo período, 7 pessoas tinham passado por aqui. Mas neste sábado (1º) até agora foram 69 pessoas”, destaca.

Apesar de algumas pessoas acreditarem que a doação de sangue é de um para um, ou seja, cada doador auxilia apenas um paciente, isso não é verdade. Segundo o Portal de Saúde e Vigilância do Governo Federal, a cada bolsa de sangue doada, quatro vidas podem ser salvas. Isso porque, para os diferentes quadros clínicos de cada paciente, diferentes componentes do sangue podem ser necessários.

Com as temperaturas mais amenas, Camila Novais, de 28 anos, também aproveitou para doar sangue pela primeira vez neste sábado. “É a primeira vez que resolvi ser doadora, pois um primo sofreu acidente. Nesse período percebi a importância, meu primo quase morreu e a doação de sangue foi um dos aliados para ele está vivo hoje”, compartilha.

Doador de sangue há cinco anos, o motorista Armando Medeiros sabe o quanto a sua categoria precisa das doações após acidentes. “A vida de motorista é corrida, mas sobrou um tempo estou aqui é importante ter essa consciência de ser um doador de sangue”, disse.

Mesmo sendo uma prática bastante conhecida, a doação de sangue ainda não é tão habitual para muitas pessoas. Segundo dados do Ministério da Saúde, publicados no site do Governo do Federal, apenas 1,6% da população brasileira são doadores de sangue.

Dessa forma, campanhas de conscientização, como o “Junho Vermelho”, tornam-se ainda mais necessárias na tentativa de aumentar os estímulos à doação voluntária, mantendo os estoques de sangue em níveis mais próximos do ideal.

Quatorze em cada mil brasileiros são doadores regulares de sangue

Dados do Ministério da Saúde mostram que, atualmente, 14 em cada grupo de mil brasileiros são doadores de sangue no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso significa que 1,4% da população doa sangue regularmente, o que coloca o país dentro dos parâmetros definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda que o índice se mantenha entre 1% e 3%. Em 2022, 3,1 milhão de coletas de sangue foram contabilizadas no Brasil.

Na rede pública, todo sangue coletado é testado e só é liberado para uso após ter a segurança comprovada. Além da sorologia, 100% da coleta passa por um teste desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), que reduz a chamada janela imunológica para HIV, hepatites C e B – tempo em que o vírus já está presente no doador e ainda não foi possível detectá-los.

Recentemente, segundo o ministério, a malária também passou a ser incluída como novo alvo de detecção. O próximo passo, segundo a coordenadora-geral, deve ser a inclusão da testagem para hepatite E. O país possui, atualmente, 2.097 serviços de hemoterapia, que incluem serviços como coleta, hemocentros, hemonúcleos, unidades de coleta e transfusão e agências transfusionais.

Para doar, é preciso ter entre 16 e 69 anos; pesar, no mínimo, 50 quilos; não ter ingerido álcool nas últimas 12 horas; e estar em boas condições de saúde.

Por Thays Schneider

 

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