Frequentadores dizem que medidas estão mais fracas em plena 2ª onda da pandemia
Além do Aeroporto Internacional de Campo Grande, outros locais de grande acesso à população não estão aferindo a temperatura nas portas de entrada. É o caso de três supermercados em que a equipe de reportagem esteve na tarde de ontem (7), por volta das 15h. A aferição não é obrigatória, mas os clientes consideram que é uma ação valiosa neste período de alta dos casos de COVID-19.
O primeiro local visitado foi o Comper, localizado na Avenida Tamandaré, em Campo Grande. Quando o jornal O Estado chegou ao supermercado, na porta de entrada, próxima da Rua Benjamin Constant, havia um funcionário medindo a temperatura de clientes. Também havia uma mesa com álcool e guardanapos para a higienização dos carrinhos. Pouco tempo depois, o trabalhador saiu do local e clientes entraram no estabelecimento mesmo sem passar pelo procedimento.
A aferição da temperatura não é obrigatória, mas é algo essencial para a assistente social Inara Cabral, a fim de a evitar a disseminação da COVID-19. Ela foi uma das pessoas que entraram no supermercado sem ter a temperatura aferida. “Ninguém está muito preocupado com a pandemia. Tem que voltar a aferir a temperatura, pois todo cuidado é pouco e qualquer atitude de cuidado é bem- -vinda”, ressaltou.
Mas não é só a inexistência do termômetro que incomoda os clientes. A falta de bom-senso das pessoas que não respeitam o distanciamento mínimo de 1,5 metro deixa a pedagoga Ariela Torrizan desconfortável. “Às vezes, dá tumulto em alguma seção e eu saio de perto. As pessoas não se dão conta disso, quando a gente vê, já está tudo aglomerado, por isso que está essa situação”, lamentou, se referindo ao alto número de casos de COVID-19.
A equipe de reportagem também esteve no Fort Atacadista, na Avenida Presidente Vargas. Na entrada, não há aferição de temperatura, mas o supermercado disponibiliza álcool gel, além de álcool líquido e uma flanela para que o cliente higienize o carrinho. Por volta das 15h, o supermercado estava cheio e uma pequena aglomeração se formou na porta de entrada. O distanciamento também não era respeitado nas filas.
A dona de casa Marilene Dias de Souza frequenta o local uma vez por semana e reclamou da situação. “As medidas de segurança estão fracas aqui como em todos os lugares. Só tem álcool gel, antigamentetinha aferição de temperatura e não tem mais. Eu já peguei COVID-19 e tenho muito medo de pegar de novo”, contou.
Situação semelhante foi encontrada no Supermercado Pires, da Avenida Júlio de Castilho. O local não estava cheio, mas na entrada não havia aferição de temperatura, apenas o álcool para higienização.
O aposentado Wanildo Paulino é do grupo de risco e frequenta regularmente o estabelecimento. Ele comentou que na unidade ninguém entra sem máscara, mas acredita que seria bom se a temperatura dos clientes fosse medida. “Acho que deveria seguir essa recomendação, não só deixar o álcool em gel. As pessoas, também, não respeitam o distanciamento na fila”, reclamou.
O que os supermercados dizem?
Os supermercados Comper e Fort Atacadista afirmaram que adotam todas as medidas de segurança e higiene contra a pandemia. Entre os protocolos, nos dois mercados, estão a restrição do número de clientes, aplicação de álcool em carrinhos e cestinhas na porta da loja, monitoramento e marcação das filas, entre outros métodos.
Já o gerente comercial da rede Pires, João Pereira Gonçalves, ressaltou que o supermercado não adotou a aferição de temperatura por não ser obrigatória, mas que as demais medidas de biossegurança estão sendo respeitadas. “Ninguém entra sem máscara, o álcool está sendo disponibilizado. A equipe de prevenção, que é exclusiva para isso, monitora o distanciamento das filas. Sempre tem aquele cliente que gosta de ficar perto do outro, mas eles são orientados a manterem distância..
O que a prefeitura determina?
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), as medidas de biossegurança devem ser mantidas, tais como “uso obrigatório de máscara, manutenção do distanciamento de 1,5m entre os clientes em filas de espera e ocupação máxima de 40%”. A pasta recomenda ainda a disponibilização de álcool 70% líquido ou gel, além da sanitização do espaço.