Campo Grande encerra o mês de setembro com apenas 4,6 mm de chuvas registradas. O quantitativo representa apenas 5,8% dos 78,4 mm da média histórica de temporais para o período.
Segundo dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), órgão federal, a seca deste ano é a mais severa nos 22 anos de monitoramento do índice de precipitação na bacia dos rios do Estado e do nosso bioma.
Conforme o meteorologista Natálio Abrahão, a média histórica é baseada nos dados de chuvas coletados nos últimos 30 anos. Além da pouca chuva no mês, as temperaturas máximas registradas nesta terça-feira (29), em Mato Grosso do Sul, foram as mais elevadas desde 1996.
Campo Grande registrou pela segunda vez a maior máxima do ano, 39.8ºC, mesma temperatura alcançada no sábado (26). A sensação térmica na Capital foi de 47ºC, com umidade relativa do ar em apenas 15%. O recorde anterior de calor deste ano para a Cidade Morena era de 38,7ºC, em 10 de setembro.
Com máxima de 40,4ºC, Sonora registrou sensação térmica de 48ºC, a umidade relativa do ar chegou ao patamar de 10%, índice considerado crítico pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Na região pantaneira, a máxima registrada em Corumbá foi de 40.6ºC, com sensação térmica de 49ºC. Em Três Lagoas, a baixa umidade relativa do ar de apenas 14% aliada ao calor de 42.2ºC, foram responsáveis pela sensação térmica de 50ºC.
Dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) apontam que, dois municípios do Estado estão entre as 10 cidades do país que registraram as maiores temperaturas no dia 29 deste mês. Em 3º lugar no ranking, Coxim chegou a 42.6ºC, com sensação térmica de 51ºC. Na 8ª posição, Água Clara registrou calor de 41.9ºC.
O Inmet emitiu aviso para a onda de calor, classificada como grau de severidade para 28 municípios de MS. O alerta é válido até sexta-feira (2). De acordo com o instituto, para os próximos dias, as temperaturas previstas para MS devem superar os 40ºC em todas as áreas, enquanto a sensação térmica pode chegar aos 50ºC.
O meteorologista do Inmet, Mamedes Luiz Melo explicou que, o calor intenso no Estado e em grande parte do país, é provocado pela ação da massa de ar seco que atua na região central do Brasil. Melo frisou que, a temperatura 5ºC acima da média para o período deve perdurar até pelo menos dia 6 de outubro.
Após essa data, há expectativa da chegada de uma frente fria, com força suficiente para quebrar a onda de calor e espalhar chuva pelo interior do país. Prognóstico climático do Cemtec-MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) indica pancadas de chuva para todas as áreas do Estado no período entre 11 e 14 de outubro com volume estimado de até 20 milímetros.
(Texto: Mariana Moreira)