A chegada do frio intenso na Capital atingiu em cheio as famílias mais carentes que buscam da melhor forma se manter aquecidas mesmo com poucos recursos.
Na favela do Residencial José Teruel Filho, onde mora a família da Jéssica Arce, de 25 anos, todos dormem na mesma cama para conseguirem se proteger do frio. “Aqui em casa dorme todo mundo junto, eu, meu esposo e nossas duas filhas. Só assim para conseguir juntar as poucas cobertas e conseguir esquentar todo mundo”, comenta.
Segundo a dona de casa, as crianças são as que mais sofrem com o frio. “Nossas meninas de 8 anos, 1 ano e 8 meses são as que mais sofrem, pois não tem muito agasalho”, disse
“Apesar de o meu marido trabalhar, é pouco, e vivemos de doações também. Esperamos que as pessoas se sensibilizem com quem vive em situação como a nossa e possa ajudar de alguma forma, seja com roupa de frio, coberta, tudo a gente aceita”, completou.
A família da dona Jacira Antônio de Abrel, de 68 anos, também sofreu com o frio que entrou entre as tábuas e lonas que compõem o seu barraco.
“Há sete anos que eu sofro com isso, todo frio e chuva que vem é a mesma situação”, explicou. A idosa, que mora com o esposo de 67 anos e o neto de 17 anos, depende da Loas (Lei Orgânica da Assistência Social) em razão de um problema na coluna.
Os outros membros da família não trabalham e não há condições financeiras para qualquer reforma no local. “Aqui, quando a chuva vem, atravessa o barraco. A lona que está toda rasgada molha mais dentro do que fora. As tábuas não seguram o vento, a gente pede que esse frio passe logo, pois não temos muitos casacos, e é sofrido dormir todo dia em cama molhada”, lamentou.
Morando sozinha, a dona Romilda Fernandes Mendes, de 65 anos, conta que a situação não é diferente. Sem poder contar com a ajuda de ninguém, sem trabalho, atualmente Romilda conta apenas com o dinheiro do auxílio do governo.
“Não é muito, preciso escolher com o que gastar, com comida ou com agasalho”, relatou. Na última chuva, a idosa que teve parte do seu barraco destelhada, se emociona ao pedir que as pessoas de mais condições ajudem quem mora em favelas. “Eu não tenho muita coisa, não tenho luva, meia, tenho dois casacos e três máscaras para me proteger do vírus. É triste viver nessa situação e não ter com quem contar”, expressou.
(Dayane Medina)