Campo Grande 122 anos: O ‘campo-grandense da gema’ que saiu dos canteiros de obras para os gabinetes

Paulo Corrêa
Foto: Valentin Manieri

Hoje peça vital da política de MS, Paulo Corrêa usou as experiências da vida para construir a Capital há quatro décadas

O termo não existe. Mas, se existisse, Paulo José Araújo Corrêa, 64 anos, seria o “campo-grandense da gema”. A gíria usada no Rio de Janeiro (RJ), cidade onde ele estudou, para designar os cariocas típicos, se encaixa com o atual presidente da Assembleia Legislativa com perfeição quando se trata da Cidade Morena.

Primeiro porque, obviamente, o deputado estadual pelo PSDB nasceu na cidade. Segundo, porque desde 1980 trabalha em duas frentes importantíssimas para a solidificação do atual panorama da cidade: a construção civil e a política. E foi em ambas que esse descendente de nordestinos se tornou um pilar de sustentação da máquina do crescimento campo-grandense neste seu 122º ano.

“Com certeza Campo Grande já é uma metrópole. A cidade é maravilhosa. Uma cidade bem planejada desde o começo. O fundador [José Antônio Pereira] foi uma pessoa abençoada que viu coisas lá atrás, há 122 anos, que muitas pessoas não teriam como ver”, disse Corrêa.

 

“O fundador [José Antônio Pereira] foi uma pessoa abençoada que viu coisas lá atrás, há 122 anos, que muitas pessoas não teriam como ver”.

 

O deputado se refere essencialmente à construção da cidade, que seguiu um caminho diferente do que outros grandes municípios brasileiros trilharam, com a abertura de largas e longas avenidas aproveitando o vasto espaço à disposição.

E, justamente de olho nesse campo de possibilidades, o garoto Corrêa, filho de um pernambucano com uma cearense, que vieram à Capital e se estabeleceram após passarem pela Serra do Amolar, no coração do Pantanal, onde ela inclusive chegou a dar aulas para indígenas, decidiu seguir pelo campo da engenharia.

E assim Corrêa foi para o Rio estudar. Quando voltou, encontrou vaga na imobiliária do ex-sogro para colocar em prática o que tinha em mente. Em uma cidade que deixara o status de interior para trás para se tornar capital, o hoje deputado se deparou com um cenário diferenciado.

 

“É uma coisa que conseguiríamos fazer. Mesmo tendo sido projetada com ruas largas, a mobilidade na cidade ainda requer projetos específicos e obras específicas. Além de oferecer acesso a outros meios de transporte para a população de mais baixa renda”.

 

Orgulho de extinguir as favelas

Parte fundamental desse processo de urbanização na iniciativa privada, Corrêa acabou convidado pelo ex-governador Pedro Pedrossian em 1991 para assumir a Secretaria de Estado da Habitação. Nos quatro anos que se seguiram, a dupla foi responsável pelo maior programa de desfavelização do Centro-Oeste, com a construção de 12 mil moradias populares e a consolidação de bairros como Aero Rancho, Jardim das Hortências, Estrela D’Alva e Dalva de Oliveira.

Foi o início da vida pública de Corrêa que continua até hoje.

Neste 122º ano de Campo Grande, o parlamentar e engenheiro vê a mobilidade como o ponto crucial a ser melhorado na Capital. Na cidade do futuro, o sonho é implantar um serviço de VLT (veículo leve sobre trilhos) um trem de superfície, para encurtar ainda mais as distâncias entre os bairros e o Centro.

“É uma coisa que conseguiríamos fazer. Mesmo tendo sido projetada com ruas largas, a mobilidade na cidade ainda requer projetos específicos e obras específicas. Além de oferecer acesso a outros meios de transporte para a população de mais baixa renda”, disse o deputado.

Seria o presente ideal para a cidade, motivo de orgulho para Corrêa. “Eu desejo um feliz aniversário para todos os campo-grandenses, os que são daqui, como eu, e os que vieram de fora. Nesta data precisamos de pensamento positivo maior, planejar o progresso e o desenvolvimento. Cada vez mais quem mora aqui sente a pujança de Campo Grande no cenário estadual e até mesmo brasileiro”, disse.

 

“Campo Grande é terra de povo trabalhador. E isso se refletiu no desenvolvimento. Foi algo muito rápido, pujante, que faz com que a cidade se consolide hoje como o centro de negócios da Região Centro-Oeste, com uma logística toda diferenciada”.

 

(Texto de Rafael Ribeiro)

 

Confira o caderno de Aniversário de Campo Grande. 

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