O drive-in é uma opção de cinema onde se assiste ao filme dentro do carro, com o áudio normalmente transmitido por meio de uma frequência de rádio FM ou onde o estabelecimento disponibiliza caixas de som. Atá 2020, existia apenas um remanescente desse modelo de cinema no Brasil, que era o Cine Drive-In de Brasília.
Porém com o advento da pandemia de COVID-19 e o isolamento social imposto como forma de minimizar a transmissão do vírus, essa modalidade de entretenimento ressurgiu em várias cidades do país para reaquecer o setor. Popular nos Estados Unidos na década de 1970, a alternativa reforça o distanciamento de contato entre pessoas, e pode até se tornar uma aposta para os tempos da pandemia do novo coronavírus.
Nesse panorama o Shopping Bosque dos Ipês trouxe o projeto Bosque Drive-In, que teve sua estreia no dia 17 e vai até o domingo (21), sempre com sessões duplas. Os filmes são exibidos no estacionamento do shopping levando entretenimento, diversão e segurança para os clientes com atrações variadas para todas as idades e gostos do público. Só é possível participar quem estiver com carro. O local onde cada veículo é estacionado é determinado pela ordem de chegada.
No que diz respeito ao áudio, é necessário que os carros tenham rádio FM, uma vez que o som será transmitido por meio de frequência. Também podem ser utilizados celulares com rádio FM. Para poder curtir melhor a experiência em termos de imagem e som, a recomendação é de até duas pessoas por carro, mas, quem quiser, pode ter até quatro pessoas por veículo.
O caderno Artes&Lazer, do jornal O Estado, foi conferir a estreia e comentar a experiência inédita de assistir a um filme à moda antiga. A atração foi o longa “John Wick: Um Novo Dia para Matar”. Logo na chegada percebemos que estava bem organizado, desde o controle do estacionamento, até a preocupação com a saúde dos clientes: foi realizada a aferição de temperatura corporal dos ocupantes dos carros e foi cedido álcool gel.
Foram disponibilizadas duas telas para a exibição. Devidamente acomodados, nós fomos em três pessoas para a estreia; a assessoria recomenda duas para melhor conforto. Logo percebi, já que estava no banco traseiro, que se tivesse mais um ocupante no carro seria difícil assistir ao filme, então fica a dica, caso você não tenha um SUV, e vá em um Gol, como nós fomos, é melhor ir no máximo em trio. Normalmente vemos em filmes de Hollywood o drive-in lotado de Cadillacs ou Plymouths, que eram carros enormes e quase sempre conversíveis e também muito confortáveis. Era outra época.
Aliás, nostalgia de um tempo que não vivi foi o que não faltou. Confesso que gostei bastante, e como diria meu pai: “é uma brasa mora!”. O áudio na FM rolou legal, mas dou outra dica, certifique-se de que a bateria do seu veículo está em dia para não ficar na mão, já que o rádio precisa estar ligado por ao menos duas horas. Outra coisa que observei bastante é a quantidade de gente que não desgruda do celular. Normal, pois até mesmo nas salas fechadas, algumas pessoas insistem em ficar fuçando na telinha, e até compreendo que, no caso do Cine Bosque, as pessoas necessitam do celular para fazerem os pedidos de pipoca, bebidas, etc., mas percebi que tinha gente que não desgrudou do telefone. Coisas dos “tempos modernos”.
Antes da exibição conversamos com a superintendente do Shopping Bosque dos Ipês, Adriana Flores, que explicou como surgiu a iniciativa do Cine Bosque. “A ideia surgiu por perceber que todo o segmento de produção de eventos há mais de 90 dias sem receita na cidade e o Shopping Bosque dos Ipês tem um setor de eventos forte, que faz parte de nosso marketing. Aí tivemos a ideia de fazer um cine drive-in em parceria. Hoje com essa iniciativa estamos gerando renda para 50 pessoas, que estavam a 90 dias sem renda, e temos muito orgulho de dizer isso, pois é algo fascinante. Já os ingressos da meia-entrada, caso a pessoa traga um quilo de alimento ela paga meia-entrada, e todos os alimentos arrecadados serão doados a pessoas carentes, cuja distribuição será feita pelo Rotary Club”, apontou Adriana.
Confira a reportagem completa acessando a edição digital dessa sexta-feira (19) do jornal O Estado MS.
(Texto: Marcelo Rezende/Publicado por João Fernandes)