Eles afirmaram que não dá mais para sair à noite para ir ao mercado
O número de usuários de droga aumentou no bairro Marcos Roberto e isso tem causado medo aos moradores. Segundo eles, não dá mais nem para ir ao mercado à noite sem correr o risco de ser assaltado. O aposentado Antônio Carlos, 67 anos, mora na avenida Ernesto Geisel há mais de 20 anos. Segundo ele, o bairro virou a cracolândia de Campo Grande.
“É horrível ver o bairro desse jeito, cheio de usuários, e cada dia aumenta mais o número deles. Somente no último mês, que eu contei, tem 20 usuários que eu nunca tinha visto antes. O problema é que a criminalidade também aumentou, não dá mais para olhar o celular a qualquer hora do dia na rua, que alguém rouba”, assegurou.
O empresário Alarico Silva, 46 anos, dono de uma loja de bicicleta e morador do bairro há 35 anos afirmou que o número de usuários aumentou quando a Polícia Militar montou um posto de fiscalização no prédio da antiga rodoviária da Capital.
“Eu nunca tive problema aqui no bairro, mas depois do aumento, eles já furtaram uma bicicleta no valor de R$3,5 mil. Eles vieram da antiga rodoviária e se instalaram aqui no bairro, principalmente, no terreno baldio que fica na Ernesto Geisel quase esquina com a rua Bom Sucesso. Naquele local, além de usar droga, eles queimam os fios que são furtados durante a noite”, disse.
Hélio Cunha, 55 anos, tem uma vidraçaria na Ernesto Geisel, bem em frente ao terreno onde os usuários invadiram. Segundo Cunha, a situação está insuportável e que tem, aproximadamente, um mês, depois de 25 anos morando no local, que entraram no comercio e na sua residência pela primeira vez.
“O bairro sempre foi perigoso, mas como está agora não, está terrível. Eu acordei com a minha mulher gritando, falando que tinha gente dentro do quintal, isso nunca tinha acontecido antes. Precisamos urgentemente de mais policiamento, não podemos andar a noite mais tranquilamente pelo bairro e se for sair à pé não dá para levar nada, principalmente, celular”, garantiu.
Uma moradora da rua dos Andes que não quis se identificar reiterou que o bairro está muito perigoso. De acordo com ela, não dá mais para sair de casa, seja de dia ou à noite, com celular e dinheiro. “A gente vive com medo, semana passada mesmo, teve uma confusão aqui na rua, chegaram a invadir a casa do vizinho parta matar um deles. Não tem mais horário para sair de casa sem você correr o risco de ser roubada”, assegurou.
Dona Marta Pereira, 65 anos, também já foi vítima dos usuários. Ela mora há mais de 30 anos na rua Pirineus. Na semana passada invadiram a casa dela e furtaram um celular. “Aumentou e muito a quantidade dos usuários e mesmo eu ajudando eles, porque dou água e comida, eles entraram aqui e pegaram o celular do meu marido. Mas o que acontece é que todo dia tem gente diferente, acredito que sejam esses que estão roubando as casas”, afirmou.
A equipe do Jornal O Estado entrou em contato com a Polícia Militar, mas até o fechamento desta edição não tivemos resposta se a polícia tem realizado rondas no bairro e se sabem sobre o terreno baldio que os usuário invadiram e estão queimando os fios que eles furtam.
(Texto: Rafaela Alves)