Demanda de atendimento à pessoas em situação de rua, migrantes e estrangeiros aumentou durante a pandemia em Campo Grande. Segundo informações do banco de dados da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), de março de 2020 até agosto deste ano, 5924 ações foram realizadas.
Antes da pandemia, de janeiro de 2019 até fevereiro de 2020, os dados da SAS apontaram um número de 4.465 atendimentos. Ressaltando que cada pessoa que passa pelo centro de acolhimento recebe mais de um atendimento.
Na Capital, a Prefeitura mantém quatro locais que realizam trabalhos com pessoas em vulnerabilidade social. Existem duas UAIFASs (Unidade de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias), além da Casa de Passagem Resgate e a Casa de Apoio São Francisco de Assis. A unidade UAIFA I, conhecida como antiga Cetremi, tem capacidade de atender até 100 pessoas por dia.
Odair de Jesus Martins, é coordenador da UAIFA I e há 23 anos atua no serviço de assistência social. Ele explica como funciona a rotina na casa de acolhimento. “As pessoas não são obrigadas a virem pra cá, é feito todo um trabalho de abordagem nas ruas e as pessoas são orientadas a procurar nosso espaço. Aqui eles passam por uma triagem e recebem os atendimentos necessários. Temos apoio psicológico, social e jurídico”.
Bruna Oliveira, de 20 anos é uma das pessoas que recebem atendimento no local. Desde os nove anos de idade ela é atendida pelo Conselho Tutelar por enfrentar problemas familiares, já morou nas ruas e hoje é acolhida por profissionais e tem um lugar para morar até encontrar um novo endereço.
“Aqui eu fui muito bem acolhida, fiz amizade com muitas pessoas. Estou a três meses na casa e estou aguardando ser chamada para trabalhar”, explicou Bruna que recentemente passou por uma entrevista de emprego e aguarda resposta.
Somente na UAIFA 1 (antigo Cetremi) passaram 194 pessoas durante todo o mês de agosto. Se contabilizar março de 2020 a agosto deste ano já foram realizados mais de 3,2 mil atendimentos nas unidades de acolhimento institucional da SAS, além de 2036 atendimentos a migrantes e imigrantes. Também foram realizados 926 encaminhamentos para o mercado de trabalho e fornecidas 1447 passagens a pessoas em situação de rua e estrangeiros que puderam retornar às suas cidades de origem, restabelecendo os vínculos familiares.
Nickson Bittencourt, de 31 anos, também está na casa de acolhimento após ser vítima de conflitos familiares. Após ser expulso de casa, se viu em uma situação difícil e foi encaminhado para a casa.
“Eu morava com meus avós e estava passando por diversos conflitos familiares em casa, sofri com agressões e brigas constantes. Numa dessas brigas minha família me colocou para fora de casa e a Polícia Militar me trouxe pra cá. Diferente de onde eu vim, aqui eu recebo cuidado e amor”.
Além do atendimento social, as pessoas que se encontram na unidade fazem participam de várias ações desenvolvidas com o objetivo de estimular o trabalho e o conhecimento individual de casa um. Projetos como o Cantinho da Leitura incentivam a busca pelo conhecimento por meio dos livros.
O Cine Inclusão também é um das atividades que trabalham o censo crítico de cada um, eles assistem um filme em grupo e participam de uma roda de conversa para discutir o assunto abordado.
Já o projeto Plantando Dignidade além de ensinar os moradores a trabalharem no plantio e cultivo de hortaliças, oferece uma alimentação saudável, pois tudo o que é plantado é utilizado na cozinha, são verduras sem agrotóxico.
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