Apesar da obrigatoriedade em decreto, muitos não usam a proteção
O uso da máscara é item obrigatório em Campo Grande desde abril. Porém, é cada vez mais comum encontrar nas ruas quem prefira ignorar o decreto. Ainda assim, para entrar em lojas, restaurantes ou agências bancárias é preciso estar de máscara, e, para evitar a transmissão da doença, atendentes precisam pedir para que a proteção seja usada da forma correta.
A reportagem do jornal O Estado esteve no centro da Capital e conversou com quem precisa pedir para que a população cumpra o decreto. A atendente Ana Cristina Santos, 37 anos, que trabalha em um restaurante self-service, conta que já faz parte da rotina pedir para que os clientes coloquem a máscara ao entrar no estabelecimento.
“Isso já faz parte do dia a dia, muita gente tem o costume de chegar sem máscara por aqui, mas nós seguimos todos os protocolos e pedimos para que eles coloquem. Como é self-service, nós disponibilizamos a luva, mas tem gente ignora, principalmente quando vão repetir, mas nós ficamos em cima, para que eles sigam tudo certinho”, contou. Em outra lanchonete, a situação não é diferente. De acordo com a atendente Cristiane Martins, 39 anos, alguns clientes costumam entrar no estabelecimento já sem máscara e chegam a reclamar quando se pede para colocar.
“Nós pisamos em ovos para falar com eles, alguns reclamam e falam, ‘mas nós já vamos comer’, só que não custa nada colocar a máscara enquanto faz o pedido e tirar apenas para comer. Isso é pensar no outro também”, pontuou.
Para a vendedora Érika Loubet, 27 anos, logo no início, era um pouco mais difícil pedir para que as pessoas colocassem a máscara. Mas, com o passar dos dias, as pessoas foram se acostumando e a maioria atende o pedido.
“Logo no início, nós escutávamos mais reclamações, hoje o pessoal já está mais acostumado e quando eles têm interesse em algo, logo já entram na loja. Já aconteceu de o cliente ir embora no momento em que eu peço para ele colocar a máscara, mas são as regras”, comentou.
Desrespeito com o próximo
Nas ruas é possível perceber dois comportamentos que predominam entre as gerações. Em plena pandemia, jovens tomam tereré na Avenida Afonso Pena, ignorando as normas de biossegurança, ao passo que grande parte dos idosos utiliza máscaras.
Esperando o ônibus, para a diarista Adelaide Moraes, 62 anos, a sensação que fica é de que muitos têm levado a vida como se a pandemia tivesse chegado ao fim e deixam de usar a máscara. Atitude simples, mas que pode colocar em risco quem está próximo.
“Acaba sendo uma falta de respeito com quem segue as regras certinho. Esses jovens parecem ignorar que existe a doença. Eles podem estar com o vírus e transmitir por aí e, em uma dessas, pode ser alguém de idade, como eu, ou alguém que tem alguma doença e é mais frágil. Eu não estou na rua porque quero, é que eu preciso ir para o trabalho”, explicou.
(Texto: Amanda Amorim)