Muito além da estrutura, o hospital está otimizando seus recursos e atendimentos com a informática
É em uma pequena sala no térreo, sem nenhuma indicação especial, que o futuro da Santa Casa para os novos tempos se desenha. Não é para menos. É no local que o hospital mais tradicional da Capital, com 103 anos completados nesta semana, mostra os sinais do que o Século XXI pode oferecer aos seres humanos. “O tempo das fichinhas de papel e de pacientes nos corredores ficou para trás”, brincou o especialista em tecnologia de informação Ênio Pereira, 28 anos, há dois deles responsável pelo Centro de Controle Operacional do hospital.
À primeira vista, o local não lembra em nada um hospital. Oito grandes monitores são controlados por sete funcionários por 24 horas. A cena lembra mais uma central de segurança. É preciso fixar o olhar para perceber do que se trata: um moderno sistema que informa, em tempo real, cada um dos atendimentos dos cerca de 8 mil pacientes que passam pelo local diariamente, em cada uma das unidades, leitos e departamentos. Ênio explica que as funções vão além do simples controle do fluxo de pacientes e ditam todos os parâmetros da administração hospitalar, desde controlar gastos internos até mesmo a interferir na escala de médicos e enfermeiros. Literalmente, o apelido recebido de “coração da Santa Casa” é justificado. “Nada acontece sem passar pela gente, o que garante condições de termos diagnósticos e tratamentos mais práticos, podendo atender o maior número de pessoas possível”, disse.
Quando se formou em tecnologia de informações, o último lugar que Ênio pensou em trabalhar era em um hospital. Quando entrou na Santa Casa, há cinco anos, percebeu a existência de um espaço no qual seu aprendizado poderia ser útil. Foi só em 2018, contudo, que o projeto ganhou o aval da diretoria e foi implementado, ao custo de R$ 80 mil. Pode parecer muito, mas desde então, o sistema já foi o responsável por uma economia superior a R$ 15 milhões da Santa Casa. “Com o uso da tecnologia conseguimos um melhor aproveitamento de recursos. Seja de insumos, equipamentos e até medicamentos. Temos cadastrados tudo o que entra e o que é utilizado dentro do hospital”, disse Ênio.
Melhorar a gestão de recursos é essencial em um hospital que se não é público, atende a maior parte da demanda do SUS (Sistema Único de Saúde) da Capital e depende para seu funcionamento em grande parte de doações da iniciativa privada.
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(Texto: Rafael Ribeiro)