Antigo prédio da Agehab serve como abrigo para a proliferação de bichos e depredação

Foto: Mato, pichações e sinal de abandono
é realidade vista por
quem passa pelo local/Nilson Figueiredo
Foto: Mato, pichações e sinal de abandono é realidade vista por quem passa pelo local/Nilson Figueiredo

Da série de reportagens do jornal O Estado sobre prédios que marcaram a história de Campo Grande, nesta edição será a vez do antigo prédio da Agehab (Agência Popular de Habitação do Mato Grosso do Sul), localizado na rua Inácio Gomes, no Jardim São Lourenço. O espaço também foi usado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), como CERA (Coordenadoria Estadual de Regularização da Assistência). O local era bastante movimentado, por conta do atendimento à população, mas, com a mudança de endereço, o prédio foi esquecido.

A Agehab mudou de endereço em 2012, 11 anos atrás. Após a mudança, a SES prestou assistência no local, mas saiu em 2018. Desde então, não foi mais usado, fazendo com que moradores em situação de rua e usuários de drogas tomassem o lugar por um certo período. Além disso, a falta de cuidado no ambiente fez com que bichos se proliferassem.  

O terreno se encontra visivelmente destruído, com janelas quebradas e matagal dominando o prédio. A aposentada dona Neusa Nonato Fernandes Rodrigues, 58, mora há 15 anos no bairro, e comenta que esse descaso não é só com a estrutura abandonada, mas também com os moradores. “Parece que não só o prédio foi abandonado, a gente (moradores) também, o bairro inteiro. Você vê a falta de cuidado que está ao nosso redor,” 

Para a reportagem, a professora Rosângela Bueno, 45, e o seu filho, Maicon Bueno, 26, falaram que a preocupação deles, além do prédio abandonado, é um terreno descuidado, que fica em frente à residência deles, pois o mato junta insetos e alguns homens se escondem ali, para furtar os moradores da região. 

“Há muito bicho que sai do mato e invade as casas, desde escorpião a insetos que ficam na manga, que tem ali. Incomoda demais, reclamamos sempre, o proprietário não limpa e à noite fica três vezes mais perigoso, pois como está alto o mato não conseguimos ver o outro lado da rua, assim fica fácil alguém entrar ali e assaltar a gente”, comenta a professora.

Os entrevistados relataram que nos últimos meses, um guarda está morando na antiga propriedade da SES, isso fez com que diminuíssem a visita de usuários de drogas e moradores em situação de rua. Os mesmos que cuidam estão preservando o local, tirando o mato, vendo se entra alguém na área. 

“Destruíram muita coisa, isso que só vemos o lado de fora, por dentro deve estar pior, imagino. Eles também levaram muita coisa, telhado, gerador de energia, mas é assim, né, quando não tem ninguém para cuidar, eles passam e carregam tudo. Eu tinha que chamar a polícia quase todos os dias, e não ficavam só no prédio, tinha alguns que tentavam assaltar até a minha casa, estava muito perigoso o bairro. Agora diminuiu, colocaram uns rapazes para morar ali do lado, então eles sempre olham se tem alguém, estão como guardas”, disse dona Neusa Rodrigues. 

“Os moradores ali cuidam, avisam para tomar cuidado. Na presença deles é difícil tentar entrarem no local. E caso entrem, nós conseguimos ouvir e chamar a polícia. Assim, está mais cuidada, mas precisamos ver melhorias ainda”, completou a professora Rosângela Bueno. 

A dona Neusa finaliza com a esperança de viver com tranquilidade novamente. “Sinto que pode mudar, falaram que vão mexer, apareceu até alguém querendo comprar esses dias, começaram a limpar mais a área. Isso é bom, vai dar um novo ar para a comunidade de novo, talvez acabe com o vandalismo e teremos tranquilidade novamente”.

A equipe não conseguiu contato com os proprietários e moradores do local.

Por – Inez Nazira.

 

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