A cada hora que passam, duas pessoas são presas em Mato Grosso do Sul. Por dia, a média é de 72 suspeitos detidos. Entre casos de flagrante e cumprimentos de ordens judiciais, o ano de 2016 terminou com 21,5 mil presos pela polícia. Esse número é maior que toda a massa carcerária do Estado, que hoje conta com 19,4 mil presos de acordo com os dados apresentado pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciária) ainda em novembro de 2019.
“Nos estamos trabalhando dentro da política de redução da criminalidade e o ano passado foi bastante promissor, um investimento que vem desde o programa MS Mais Seguro. O nosso desafio agora, para este ano de 2020, é de, pelo menos, manter os números, porque 2019 foi muito bom”, afirmou o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira.
Os números foram apresentados na coletiva realizada na Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) durante a apresentação do balanço da criminalidade no ano passado. O crime que mais apresentou queda a nível estadual foi o de roubo em via pública, a redução foi de 58,4%. Em 2018 foram registrados 7.289, enquanto que no ano passado foram 3.032 ocorrências. Já em Campo Grande, o latrocínio, roubo seguido de morte, foi o crime que mais reduziu, de nove casos em 2018 para três em 2019, uma queda de 66,7%.
O delegado-geral da PCMS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul), Marcelo Vargas, destacou que os latrocínios ocorridos na Capital foram todos esclarecidos. Inclusive, a PCMS é conhecida nacionalmente pelas taxas de elucidações dos crimes, principalmente, dos homicídios que tem a média de 70% de esclarecimentos. Porém, o ano passado fechou com taxa de 60%.
“Não está na média que estamos acostumado a fechar os anos, no entanto até julho ele deve se igual a média, tendo em vista, que a investigação de um homicídio é mais demorada e levasse um tempo maior para elucidação”, garante o delegado-geral e ressalta ainda que houve 100% de esclarecimentos nos 31 casos registrados no ano passado de feminicídio.
Faixa de fronteira registrou mais da metade dos homicídios do Estado
O homicídio doloso, quando há intenção de matar, também apresentou queda em Mato Grosso do Sul, uma pequena redução de 11,3%. Ao todo foram registrados em 2019, 400 casos enquanto que em 2018 foram 451. Mas o que chama atenção é que mais da metade, 250 mortes ocorreram na faixa de fronteira do Estado formada por 44 municípios. Conforme o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, ações conjuntas, até mesmo com o país vizinho, Paraguai, já estão ocorrendo para que a faixa de fronteira apresente um resultado como o do restante do Estado.
“As ações conjuntas que estão em curso, principalmente, na área de inteligência no ano passado já deram algum resultado e que para 2020 esperamos melhorar e contar também com o apoio da Força Nacional de Segurança Pública destinada para a fronteira pelo ministro da Justiça, porque a grande maioria dos crimes transfronteiriço são decorrentes, principalmente, do tráfico de drogas que é um crime de competência federal que nós apoiamos e atuamos por força de convênio”, assegurou.
Sejusp busca recursos para construção da Depac Piratininga
Ainda durante a divulgação do balanço da criminalidade em 2019, o secretário o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, revelou que a pasta está buscando recursos na ordem de R$ 2 milhões para construir a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) Piratininga ao lado da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), na Vila Piratininga. Hoje, a unidade está atendendo, provisoriamente, no prédio da Cepol (Centro Integrado De Polícia Especializada), no bairro Tiradentes.
(Texto: Rafaela Alves)