Os animais que foram resgatados em meio aos incêndios do pantanal sul-mato-grossense e encaminhados para o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) seguem em recuperação. Ao todo, o Centro recebeu 18 animais, destes, 11 morreram, quatro eram filhotes.
O mais antigo em tratamento é um gavião-asa-de-telha, que teve as duas patas queimadas e está a mais de um mês no local. A ave teve a face plantar das patas atingidas pelo fogo. De acordo com o médico veterinário e responsável técnico do CRAS, Lucas Cazati, provavelmente o animal pousou em um galho em chama.
“A pata direita nós já tratamos e está 100%, no entanto, a pata esquerda teve mais queimaduras e ainda está sendo avaliada. Acredito que muito em breve ele já será devolvido a natureza”, explicou.
Outro animal que está recebendo cuidados é uma anta de aproximadamente três anos que foi resgatada na região da Serra do Amolar. O animal foi trazido de Corumbá, município distante 417 quilômetros de Campo Grande, para o centro de reabilitação no dia 9 de outubro. A anta, segundo Cazati, sofreu queimaduras de 1º, 2º e 3º grau.
“Ela veio de avião de Corumbá para a Capital. Chegou bem debilitada com a barriga e as quatro patadas queimadas. Segundo a equipe que resgatou o animal, ela já não tinha mais força para fugir das chamas, inclusive a queimadura na barriga é porque ela estava deitada, totalmente entregue ”, relatou.
Para tratar as queimaduras da anta está sendo utilizado placenta de equinos. Nesses 10 dias de tratamento o animal já melhorou 40%. “Esse tratamento que tem comprovação científica, assim como a pele de tilápia, tem ajudado muito na recuperação da anta, principalmente nas queimaduras das patas. Nós temos que aproveitar essas evoluções para que o CRAS também seja literatura e ajude a desenvolver esses tratamentos”, assegurou.
Dos 11 animais que morreram está o tamanduá-bandeira que chegou no mesmo dia que a anta. Ele apresentava queimaduras graves nas quatro patas. Ele também recebeu tratamento com pele de tilápia e placenta de equinos., mas não resistiu e morreu. O animal ficou apenas três dias em tratamento. “O tamanduá estava muito debilitado, chegou até a perder alguns dedos da pata com a queimadura”, afirmou Lucas.
Conforme o boletim atualizado dos animais vítimas de incêndios recebidos no centro, além da anta e do gavião, estão em tratamento dois filhotes de arara, dois filhotes de catetos e um lobinho. Todos em estado de saúde considerado bom. O veterinário afirmou que os filhotes não apresentam queimaduras, mas estavam perdidos no pantanal e por isso tiveram que ser resgatados.
“As mães fogem do fogo, mas muitas vezes o filhote não consegue acompanhar. Teve um filhote de tamanduá mirim que lá mesmo, no pantanal, eu consegui tratar e soltar. Ele estava apenas desidratado”, assegurou.
(Texto: Rafaela Alves)