Mediador de podcast do Jornal O Estado inicia a semana com avanços em iniciativa que deve mudar a realidade negra no Brasil
Sem dinheiro público, a militância negra de Mato Grosso do Sul terá compromisso importante em Brasília (DF), nessa semana. Isso porque o ativista Joel Penha, também apresentador do podcast ‘Afro Insight’ da TV O Estado, visitará técnicos e a titular da pasta do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O propósito da viagem diz respeito ao alinhamento de avanços no Projeto de Lei 4057/2015, que tramita na Câmara dos Deputados e aguarda parecer da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Casa de Leis.
Joel é historiador e presidente da ONG ‘Projetarts Brasil’, voltada para debates e ações permanentes de luta pela valorização do negro no país. “Precisamos que, o quanto antes o Congresso Nacional aprove essa pauta e outras tantas que visem atender a o empreendedorismo, acesso a linha de crédito e meios de capacitação da nossa população negra. É uma luta de todos!”, diz o apresentador do Afro Insight, também um dos pré-candidatos a vereador em Campo Grande.
Vale lembrar que a TV O Estado com a sua preocupação de utilidade pública e responsabilidade social inaugurou a sua carteira de podcasts em novembro de 2019 com um projeto voltado essencialmente ao combate do racismo e todas as suas variações, principalmente a de aspecto estrutural.
Caso George Floyd
A morte de um homem negro nos Estados Unidos desencadeou uma série de protestos mundiais e com isso reacendeu o debate na mídia sobre a violência policial e o racismo. George Floyd, morreu no dia 25 de maio após ter seu pescoço pressionado durante vários minutos pelo joelho de um policial branco, Dereck Chauvin.
“Mais uma ascendência na chama”
Rasdair da Mata, radialista, músico e parceiro de Joel Penha no podcast “Afro Insight” concedeu uma entrevista nesta segunda-feira (08) ao Jornal O Estado Online para comentar sobre a repercussão do caso e os reflexos dele no Brasil. Na visão do militante, a morte de George é “mais uma ascendência na chama”.
“Essa situação vem acontecendo há mais de 400 anos, a dramaticidade deste fato é que ele foi filmado e praticamente aquela imagem foi colocada ao vivo. O povo preto vem sofrendo essas atrocidades da polícia há mais de 400 anos, tanto é que a questão tomou o mundo porque em todos lugares tem descendentes de africanos e eles são vítimas disso”, comenta o ativista.
Campo Grande registrou no sábado (06), a primeira manifestação anti-racista no Mato Grosso do Sul. O ato aconteceu na Praça do Rádio onde os manifestantes usavam roupas escuras e proferiam algumas palavras de ordem. A polícia esteve presente durante o protesto, mas em momento algum interveio na ação.
Mesmo com a pandemia do novo coronavírus (covid-19) protestos deste caráter ganham força no Brasil e principalmente no exterior. “O ideal seria não ir para a rua, mas a revolta é tão grande que as pessoas resolveram se mobilizar”, afirma Rasdair.
O militante finaliza ressaltando que a mobilização tem garantia constitucional. “Nós estamos em um país democrático e temos direito a manifestação. Esse é o momento de consciência para derrubar o racismo estrutural na nossa sociedade na questão do Brasil. Tudo que os norte-americanos gostariam de ser nós somos: 56% segundo o IBGE de pretos e pardos”, ressalta.
(Texto: Danilo Galvão e Jéssica Vitória)