Informações da Sesau mostram um crescimento de quase 40% comparado ao ano passado
O início do período chuvoso e o clima mais quente já deixa a população em alerta para o aparecimento de animais peçonhentos na residência. A atenção com crianças e idosos deve ser redobrada, já que em muitos casos dos acidentes, as picadas de escorpião são as mais comuns e podem gerar problemas mais graves se não forem tratados de imediato. Os dados do município revelam que até novembro de 2019, foram registrados 685 casos, número maior que o contabilizado em todo o ano de 2018, que terminou com 638.
Conforme o balanço divulgado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), comparado ao ano passado, o número de ataques de escorpiões teve um aumento significativo e, este ano, foram registrados mais casos de vítimas que buscaram por ajuda médica após serem picadas. Entre os meses de janeiro e abril deste ano, foram 133 atendimentos. Em relação aos acidentes com escorpiões, nos primeiros quatro meses, foram 405 incidentes enquanto no mesmo período do ano passado foram 294 casos. O mês de abril deste ano contabilizou o maior número de casos, com 133, registros, muito acima dos 75 casos de 2018.
O levantamento mostra que em novembro de 2018, que teve 66 casos, para o de 2019, o aumento já é de 12%, tendo cerca de 10 casos a mais atendidos e sem nenhum registro de ocorrência grave até o momento. Para o especialista e Toxicologista da Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica), Alexandre Moretti de Lima, os escorpiões se tornaram uma epidemia por todo o Brasil, mas, especialmente, no Estado, onde os registros de ataques em humanos vem crescendo a cada ano. “Essa época do ano, principalmente na primavera e verão, é período em que esses animais saem de suas ‘tocas’ e isso gera o aparecimento deles pelas casas, em alguns casos, como dos escorpiões, aranhas e cobras, pode haver incidentes domésticos”, disse.
De acordo com Alexandre, os escorpiões têm hábitos noturnos e saem do seu habitat para se alimentar e reproduzir. As temperaturas altas e o tempo chuvoso facilita o aparecimento do aracnídeo por áreas domésticas, pedindo uma atenção extra da população. “Os escorpiões se alimentam de pequenos insetos como baratas, entre outros. O aparecimento deles é áreas que apresentam sujeira, como entulhos, quintais sujos, montes de folhas, lixos e por ai vai. Dou a orientação básica de tampar ralos, colocar telas em janelas, tampar frestas de portas e principalmente, manter o ambiente sempre limpo”, explica.
Outra recomendação dada pelo toxicologista é para não dedetizar o local, pois a aplicação do veneno pode deixar os animais ouriçados, fazendo com que eles saiam das tocas e circulem pela área, causando um possível acidente. Os métodos de prevenção são simples, mas as pessoas precisam seguir as orientações médicas a risca para que uma simples picada não evolua para um quadro maior. ”Sempre ressalto os cuidados com ataques de escorpiões, geralmente, são picadas leves que a pessoa consegue tratar com uso de analgésicos, entre outros. No caso de idosos e crianças, a reação pode ser diferente precisando ser tratados com soroterapia. A orientação sempre é buscar por ajuda médica, para que o profissional avalie o caso e analise a gravidade da picada”, alerta.
Aparecimento atípico
No inverno deste ano, o número de ataques cresceu e, comparado, a 2018, nos meses de junho, julho, agosto e setembro, o aumento no atendimento chega a quase 40% a mais do que o ano passado.
Conforme o toxicologista Alexandre Moretti, o balanço aponta um dado atípico, mas a explicação ainda bate nas temperaturas altas, já que neste ano os dias de frios foram poucos e o clima mais quente prevaleceu durante toda a estação. ”Quase não tivemos inverno esse ano, então, os animais aparecem quando as temperaturas estão mais altas. É um registro meio atípico, mas para o Estado, é um quadro aparentemente normal”, comenta.
(Texto: Graziella Almeida)