Diante do número de pessoas internadas em Campo Grande por conta da COVID-19, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) está fazendo um levantamento para que algumas linhas do transporte coletivo tenham mais ônibus circulando para evitar lotação. O diretor-presidente, Janine Bruno de Lima, afirmou que as mudanças devem ocorrer a partir desta quarta-feira (10).
De acordo com o último decreto publicado em dezembro do ano passado pela prefeitura de Campo Grande, a determinação é que a lotação máxima seja de até 70% da capacidade dos carros para pessoas em pé e 100% para os passageiros sentados. Janine assegurou que um estudo está sendo feito desde o último domingo (7) para que, justamente, as linhas que estão atingindo a lotação máxima sejam beneficiados com mais carros durante os horários de pico.
“Ainda nesta segunda-feira (8) já queremos encaminhar alguns ofícios para o Consórcio Guaicurus das linhas que a nossa equipe já conseguiu identificar [que necessita de reforço] para que na quarta-feira já estejam com mais carros disponíveis para atender o fluxo. Sabemos desta nova fase da doença e que ela exige mais cuidados e, por isso, queremos diminuir a quantidade de passageiros nas linhas que frequentemente tem atingido os 70% de lotação”, explicou.
Janine não soube dizer quantas linhas serão impactadas com o aumento no número de carros, mas salientou que “todas que necessitarem” da mudança serão atendidas. “Precisamos terminar o estudo para dizer ao certo quais linhas receberão a ampliação”, ressaltou.
Notificação
A prefeitura anunciou no sábado (6) que o número de carros do transporte coletivo aumentaria para que o número de passageiro fosse menor dentro dos ônibus, numa tentativa de conter o avanço da COVID-19.
No entanto, o Consórcio Guaicurus alegou que não havia sido notificado até a manhã de ontem (8) sobre essas alterações. Ainda sim, segundo o diretor João Rezende, eles já estão colocando ônibus extras, inclusive os articulados, para evitar as lotações. Nos horários de pico, a frota está atuando com reforço.
“Estamos sabendo que a prefeitura quer ampliar o número de veículos, mas ainda não recebemos o aviso. Por outro lado, nós já estamos trabalhando com carros extras para atender a demanda de algumas linhas que sempre atingem a lotação máxima prevista no decreto que varia de acordo com o carro. Nos momentos de pico, cedo e no fim do dia, chegamos a ter uma frota de 360 carros visando, justamente, evitar a lotação”, disse.
População concorda com medida
Para quem utiliza o transporte público, a medida já deveria ter sido tomada, principalmente, nas linhas que fazem bairro/centro e que estão sempre lotados. A cozinheira Valquíria Silva usa o transporte público todos os dias. Ela afirmou que dificilmente as linhas que utiliza estão vazias.
“Essa ideia já tinha que ter sido tomada, os ônibus que pego estão sempre lotados que é o Los Angeles/Centro para vir para o serviço e o Guicurus/ Terminal General Osório para voltar para casa. Diante da pandemia e como está os casos, a gente só utiliza mesmo do transporte coletivo porque precisamos, é questão de necessidade porque os ônibus estão sempre lotados”, disse.
O vigilante Paulo Sérgio, 52 anos, também avaliou que algumas linhas já deveriam ter mais carros pela quantidade de pessoas que utilizam. “Nesta segunda-feira (8), o ônibus estava muito cheio, nem parece que estamos em meio a uma pandemia. Com certeza a prefeitura já deveria ter tomado essa decisão há muito tempo”, assegurou.
A aposentada Elida Gracia, 67 anos, não utiliza do transporte público com frequência, mas segundo ela, sempre que precisa, os ônibus estão lotados. “Já era mais que necessário o poder público fazer alguma coisa em relação ao transporte público. Muitas pessoas dependem, assim como eu, desse meio de locomoção, então que seja feito algo pára diminuir o número de passageiros”, declarou.
(Texto: Rafaela Alves)