Rafael Belo com assessoria
Direto do Rio Grande do Norte, a A Cachaçaria Artesanal Samanaú, do Rio Grande do Norte, conquistou um reconhecimento importante do mercado internacional como a melhor cachaça envelhecida do mundo. A marca conquistou, em Chicago, nos Estados Unidos, a medalha de ouro da revista americanaTastings, que é especializada em degustação de bebidas alcoólicas de todo o mundo. A avaliação foi feita por um corpo de jurados do Beverage Testing Institute (BTI), uma empresa independente de pesquisa de bebidas alcoólicas de terceiros, que conduziu testes de sabor às cegas. A cachaçaria orgânica potiguar obteve a melhor nota entre as cachaças analisadas. O resultado foi divulgado esta semana.
A instituição faz degustação profissional há 38 anos. Mensalmente, a equipe de degustadores faz avaliações de vários tipos de bebidas e divulga o resultado a cada dia primeiro de cada mês. Em julho, as bebidas analisadas foram cachaças e runs de todo o mundo. O rótulo potiguar ficou com a melhor nota entre as cachaças envelhecidas, atingindo 92 pontos. A Pitú Vitoriosa também foi avaliada e também conquistou medalha de ouro, entretanto, conseguiu um ponto a menos nessa mesma análise. Das 36 bebidas ranqueadas neste mês, 34 eram variações de rum. Apenas as duas marcas brasileiras entraram na categoria como cachaça envelhecida.
Sobre a Samanaú a quipe de jurados da Tastings classificou como ‘excepcional’ a cachaça potiguar, que tem certificado orgânico. “Cor de âmbar dourado. Com tostado, aromas doces e notas de confeitaria de canela, cardamomo, caramelo, creme de maple [preparado à base de mel de milho] e doce de leite, com corpo acetinado, vibrante, fluído, de fruta semi-seca, elegante, com notas semi-longas que remetem à baunilha cremosa, lavanda, creme de coco, com um toque final de castanha de caju. Uma cachaça encorpada envolvendo uma cápsula de sabor apimentado; uma grande garrafa com mil possibilidades de ser bebida”, descreveu o corpo de jurados do BTI que provou às cegas a amostra da Samanaú.
De acordo com o proprietário da Cachaça Samanaú, Dadá Costa, esse não é o primeiro prêmio que a marca conquista no mercado internacional. Tanto a cachaça envelhecida quanto a prata já receberam outras premiações em Chicago (EUA) , Washington (EUA) e Bruxelas (Bélgica). “Essa medalha é o reconhecimento e A valorização do trabalho que vem sendo desenvolvido com a Samanaú para entregar ao consumidor uma cachaça artesanal orgânica de qualidade. Coroa também a nossa fase de internacionalização”, diz o empresário.
Atendida pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, através do projeto setorial Orgânicos do RN, a cachaçaria chega a produzir 80 mil litros da bebida por ano no engenho instalado no município de Caicó (distante 282 quilômetros de Natal). Nos últimos anos, a Samanaú tem adotado a estrategia de entrar fortemente no mercado internacional. Entre 2018 e o início deste ano, a empresa exportou mais de 8 mil litros da bebida para a Nigéria, assim como já havia realizado remessas anteriores enviadas para a Itália. A cachaça também está presente na Câmara de Comércio de Portugal e busca novas operações com a exportação de caipifrutas ‘ready to drink’ para Filipinas. Serão enviados 15 mil litros de bebidas.
A empresa começou a funcionar em maio de 2004, quando foi instalado no Sítio Samanaú um alambique artesanal na região Seridó. Desde 2012, tem o atestado emitido pela IBD Certificadora e integra o rol das 12 cachaças do Brasil certificadas com o selo de orgânico para entrar no mercado internacional, sendo uma das primeiras do RN a obter esse certificado.