Lendas urbanas, teorias da conspiração e a relativização da democracia

Divulgação/ O Estado MS
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Entre Linhas, com Gabriel Pollon  

 

Tido como lenda urbana e teoria da conspiração, não é de hoje que se fala de Foro de São Paulo quando se trata de política, no Brasil. O tema, até então desconhecido pelo grande público, veio à tona nos últimos anos, sendo um dos pontos polêmicos abordados nos debates entre presidenciáveis.

Com início na década de 90, após a queda do muro de Berlim, o referido movimento, idealizado por Lula e Fidel Castro, pretendia fazer ressurgir o movimento comunista nas Américas, diante do declínio da extinta União Soviética.

Ainda nos anos 90, o advogado José Carlos Graça Wagner debruçou-se sobre o tema, reunindo vasto material; Graça Wagner já alertava que o Foro de São Paulo pretendia instituir um único bloco político socialista em toda a América Latina, o que, na prática, submeteria a soberania nacional a interesses externos.

Para promover o intento de dimensões continentais, o pretenso bloco comunista contou com a participação de organizações paramilitares como as Farc colombianas, bem como a participação ativa de figuras polêmicas do nosso continente, dentre eles os ditadores Hugo Cháves e seu sucessor Nicolás Maduro (que fora recebido, recentemente, com honras militares em solo brasileiro), os irmãos Castro e demais presidentes sul-americanos alinhados à esquerda.

O saudoso professor Olavo de Carvalho, que durante trinta anos denunciou os planos da organização, viu suas projeções tornarem-se realidade com os escândalos de corrupção vividos nas décadas passadas. Segundo o professor, os escândalos não consistiam em meros eventos pontuais, envolvendo agentes públicos corruptos, mas sim a implementação prática das políticas socialistas gestadas no Foro de São Paulo, em que o papel do Brasil seria o de fornecer ao bloco os meios econômicos para o fortalecimento das políticas comunistas no continente.

Durante trinta anos de denúncias, praticamente toda a classe falante brasileira negou a existência do Foro de São Paulo; as objeções eram as mais diversas, diziam ter o comunismo acabado, afirmavam ser mais uma teoria da conspiração de gente que via comunista embaixo da cama, enfim, a negação predominava. Recentemente, já não se negava a existência da organização, porém diziam não se tratar de bloco comunista, fato defendido pelo jornalista Octavio Guedes em rede nacional, poucos dias antes da realização do encontro.

Contudo, no dia 29 de junho, pudemos contemplar, com os próprios olhos, na abertura do 26º encontro do Foro de São Paulo, em Brasília-DF, o próprio Lula declarar:

“Eles nos acusam de comunistas, como se nós ficássemos ofendidos com isso”. Diante das declarações dadas por ele podemos concluir que, após longos anos de trabalho nas sombras, agora surge o foro de São Paulo explícito. A democracia brasileira já foi declarada “relativa”, só que esqueceram de combinar isso com o povo.

 

“O Foro de São Paulo pretendia instituir um único bloco político socialista em toda a América Latina, o que, na prática, submeteria a soberania nacional a interesses externos”, relata o colunista.  

 

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