Suelen Morales e Rafaela Alves [Jornal O Estado MS]

Mesmo com os 600 equipamentos semafóricos instalados em Campo Grande, conforme revelou a equipe do
jornal O Estado, os acidentes continuam em alta na Capital sul-mato-grossense. Conforme dados do BPTran (Batalhão de Polícia de Trânsito de Campo Grande), somente em 2022 foram registrados 1.530 acidentes de trânsito, sendo 29 envolvendo crianças e 27 com vítimas de morte. Se comparado com o mesmo período
no ano passado, de janeiro a março, a Capital registrou 16 óbitos por acidentes de trânsito, número quase duas vezes menor que o atual.

Na Capital, entre os 27 óbitos por acidentes de trânsito em 2022, estão 19 envolvendo motociclistas, 7 pedestres e um ciclista. Já no ano de 2021, tivemos 75 perdas ao longo dos 12 meses, sendo 49 envolvendo motociclistas, 5 ciclistas, 8 pedestres, 10 motoristas e 3 passageiros de veículos.

De acordo com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) o semáforo é um equipamento de sinalização, de segurança e organização para um trânsito mais fluido e seguro. No entanto, alertam que é preciso respeitá-lo, tantos os condutores quanto os pedestres.

“Antes da instalação de cada semáforo são feitos vários estudos técnicos seguindo as diretrizes do Contran, como o fluxo de carros. Além do fluxo, também é realizado um estudo sobre a quantidade de acidentes registrados naquele local. Os semáforos são importantes porque asseguram a segurança dos passageiros,
condutores e pedestres, a ordem no movimento do tráfego, ajuda na redução da frequência e gravidade de alguns tipos de acidentes”, defendeu a diretora adjunta da Agetran, Andrea Figueiredo.

A diretora de Educação para o Trânsito no Detran-MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul), Elijane Coelho, esclarece também que é preciso respeitar as leis de trânsito, passar pelo processo de formação e atualização constante de condutores.

“Durante o processo de formação do condutor consideramos fundamental para que as pessoas que estão nas vias que saibam se comportar. O Detran tem investido na atualização, na boa formação dos instrutores, diretores de centro de formação de condutores. E, o próprio programa CNH MS Social pretende ofertar habilitação para aquelas pessoas que talvez por necessidade estejam conduzindo o veículo nas ruas sem ter CNH, sem ter passado pelo processo de habilitação no curso de formação de condutores, que envolve uma etapa teórica e prática”, esclareceu.

A diretora também aponta que sozinho o semáforo não tem como ser o único responsável para evitar acidentes de trânsito. “O semáforo é um equipamento muito importante para auxiliar a organização do trânsito nos cruzamentos de mais movimento. Mas ele é um equipamento de sinalização que precisa ser respeitado. Então qualquer sinalização vertical, horizontal, luminosa precisa que os motoristas que estão
transitando por ali conheçam, interpretem e saibam reagir a ela. Além disso, tomar os demais cuidados como não exceder em velocidade, beber e dirigir, não usar o celular enquanto dirige, etc.”, elencou Elijane.

Mesmo assim, a aspirante do BPTran Carla Fernanda Vicente Coutinho confirmou que um problema recorrente no trânsito é o ato imprudente de furar o sinal, o que traz consequências seriíssimas. “A fiscalização é muito importante, mas além disso, mas os órgãos de Transito proporcionam todos os anos campanhas de prevenção, que são uma forma de amenizar o problema por meio ações educativas abrangendo todos os envolvidos no trânsito”, afirmou.

Conforme divulgado na edição de 8 de abril de 2022, pelo jornal O Estado, Campo Grande já contabiliza 586 semáforos ativos para garantir uma boa fluidez no trânsito da Capital sul-mato-grossense. O número é 33% maior se comparado aos demais 78 municípios, isso porque algumas cidades, como Jardim, não possuem nem sequer um equipamento semafórico.

De acordo com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), a demanda por semáforos é uma das consequências do aumento da frota veicular, que subiu 285%, nos últimos 23 anos, e hoje contabiliza mais de 614 mil veículos em circulação.

Entre os 78 municípios, a cidade de Dourados possui 85 semáforos, Três Lagoas conta com 51, Corumbá contabiliza 49 ativos e seis a serem ativados, Ponta Porã têm 12 equipamentos e a cidade de Jardim, curiosamente, não possui ainda nenhum semáforo.

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