Recuperação da bacia do Alto Taquari ganha reforço de instituição mineira

Divulgação/ Acrissul
Divulgação/ Acrissul

Projeto de visitação à Gruta Nossa Senhora é autorizado e fomenta o ecoturismo em Bonito

O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) firmou acordo de cooperação técnica com o Instituto Espinhaço, de Minas Gerais, para restauração florestal de mata nativa e recuperação do Rio Taquari – localizado no Norte do Estado. Segundo o acordo, publicado no DOE (Diário Oficial do Estado) da última sexta-feira (24), não há previsão de transferências de recursos financeiros para o projeto.

Conforme a publicação, o Pró-Águas Rio Taquari contribuirá para o alcance das metas de aumento da cobertura da vegetação nativa do Cerrado. Isso é mais uma estratégia para garantir a restauração florestal com o objetivo de garantir o abastecimento.

No site do Instituto Espinhaço, eles defendem que o projeto foi “estruturado como uma abordagem de resposta efetiva para a degradação ambiental na bacia hidrográfica do Alto Rio Taquari, que há décadas compromete a segurança hídrica regional e impacta o desenvolvimento da região”. O trabalho será o de conservação do solo e da água e a recomposição da vegetação nativa em dois mil hectares.

É importante lembrar que no ano passado, o Governo do Estado iniciou o reflorestamento de uma uma área de 1,3 mil hectares de solo degradado, que fica na cabeceira do Rio. Na primeira fase o investimento será de R$5 milhões, tendo o plantio de 2 milhões de árvores.

 Maior desastre ambiental pantaneira

O assoreamento do Rio Taquari é considerado o maior desastre ambiental do Pantanal. Tudo começou em meados da década de 1970, quando a região Norte do Estado passou por uma intensa ocupação agropecuária. Em 1974, a taxa de desmate acumulado era de 5,6%. No ano 2000, já havia saltado para 62%, segundo estudo incluído no livro “Impactos Ambientais e Socioeconômicos na bacia do Rio Paraguai”, editado pela Embrapa Pantanal.

De lá para cá, o desmatamento continuou. De acordo com levantamento da iniciativa MapBiomas, de 2000 a 2020, a bacia do Alto Taquari perdeu 851 km2 de formações florestais (quase 15% do que existia) e 1.565 km2 de formações savânicas (quase 30%).

No Alto Taquari, há cerca de 3 mil voçorocas, segundo cálculo de Louzada -a bacia tropical mais erodida do mundo. A maior delas se localiza em uma fazenda em Figueirão, onde uma espécie de cânion de alguns quilômetros se formou nas últimas décadas. (Texto com informações do Observatório Pantanal)

Rota das Cavernas

Há quem diga que turistar não é um luxo. É um investimento à saúde! Pois além de fazer bem para o corpo, faz bem para a mente. Com o intuito de ampliar a experiência do turista em Mato Grosso do Sul, projeto de visitação à Gruta Nossa Senhora foi aprovado, na sexta-feira (24), pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. A visitação à gruta integrará a Rota das Cavernas, o novo cartão de visita das belezas naturais de Bonito, além de promover empregos e gerar atividades econômicas relacionadas ao turismo.

Tombada como Patrimônio Natural pelo IPHAN, a Gruta Nossa Senhora Aparecida trata-se de uma cavidade seca com 200 metros de extensão, atrativa por suas formações rochosas e seu ecossistema subterrâneo único. Por sua formação diferente, recebeu o nome de ‘Anjo’, por se assemelhar muito à figura humana, com asas. Considerada o inverso de outra grande atração turística da cidade, a Gruta do Lago Azul também destaca-se por ser uma caverna seca, permitindo uma imersão completa na natureza e vida no local. A visita à Gruta integrará um novo desenvolvimento turístico no município, conforme explica o prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues.

“Nós vamos desenvolver ali uma rota das cavernas, que já tem o Abismo Anhumas, a Gruta Lago Azul, a Gruta de São Miguel e agora, a Gruta Nossa Senhora Aparecida. Então, é mais um atrativo estruturado com qualidade e segurança para ser ofertado para o nosso visitante”, assegurou.Reconhecido por suas belezas naturais, o turismo em Bonito é o destaque econômico da cidade. Nos quatros primeiros meses de 2024, o município recebeu 66,67% de turistas em comparação ao ano de 2023. Ao todo, o município concluiu o ano passado com mais de 300 mil visitantes, segundo dados do Oteb (Observatório do Turismo e Eventos de Bonito). Mas, em 2024, o quadrimestre já registrou mais de 100 mil turistas no município. Com a integração da Gruta Nossa Senhora Aparecida à programação turística da cidade, além do estímulo à economia local, há o fomento de novos empregos.

“A gruta está em uma unidade de conservação estadual que faz parte também da gruta Lago Azul, que o município já opera e trabalha há mais de 30 anos. Agora conseguimos essa autorização da União para iniciar os projetos e estruturar essa gruta, que é uma gruta belíssima, que tem informações muito incríveis. É um impulso para a economia local, capaz de criar novos empregos e gerar atividades econômicas relacionadas ao turismo”, destaca a Secretária da Sectur(Secretária de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Bonito), Juliane Salvadori.

Projeto em prática

O município de Bonito busca colocar o projeto em prática desde 2022, contudo, a autorização só foi publicada sexta-feira (24), pelo DOU (Diário Oficial da União), especificando a cedência de área de 8.087,00 m². Por estar localizada na Unidade de Conservação Monumento Natural Gruta do Lago Azul, de responsabilidade do Estado, é estipulado no documento o valor mínimo de retribuição anual de R$ 42 mil, além de garantir o uso responsável do local, conforme explica o superintendente do Patrimônio em MS, Tiago Botelho, que assinou a portaria publicada sexta-feira.

“Com a aprovação do plano de manejo pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e a instalação de medidas de segurança para evitar a depredação, a Gruta Nossa Senhora Aparecida estará pronta para se juntar ao cartão de visita das belezas naturais de Bonito, oferecendo aos visitantes uma experiência inesquecível e contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região”, garante.

Conforme a publicação, contudo, foi estipulado o prazo de carência de quatro anos para que o local atendesse aos requisitos legais e de segurança, como a construção de estrutura de apoio. O objetivo é proporcionar um novo passeio turístico, na modalidade “uso responsável”, segundo o diretor-presidente da Fundação de Turismo do Estado, Bruno Wendling.

“Do ponto de vista turístico, é fantástico, mais uma gruta aberta para visitação, num destino que já é muito reconhecido pelas grutas e pelas águas cristalinas”, destaca. “Além de um benefício total, a atração é um uso responsável enquanto ativo natural que ela é. Quando estiver pronta, com certeza, mais uma opção de muita qualidade para o turista que visitar o Mato Grosso do Sul e Bonito”, destaca.

Por Ana Cavalcante e Kamila Alcântara

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