Presidente da Arquitetura Humana destaca que o sucesso das empresas depende da escuta ativa e da empatia

Foto: Divulgação
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“Nas empresas, trabalhamos com processos e pessoas. Processos não reclamam. Pessoas, sim.” É com essa frase que o consultor Elmano Nigri, presidente da Arquitetura Humana, resume sua visão sobre o papel da liderança nas organizações. Segundo ele, a escuta ativa e o entendimento sobre o comportamento humano são fatores determinantes para o sucesso de qualquer equipe.

“O que mais faz um profissional se sentir insatisfeito é não ser ouvido. Primeiro, porque não o escutam; segundo, porque não prestam atenção nele; e terceiro, porque não deixam claras as expectativas sobre o que se espera dele. O caipira costuma dizer: ‘nóis combina, nóis faz’. É preciso combinar com cada pessoa dentro da organização o que se espera dela”, afirmou o consultor, durante entrevista.

As quatro dimensões da “arquitetura humana”

Nigri explica que o trabalho da consultoria se baseia em quatro dimensões: comportamental, cognitiva, do conhecimento e da cultura. “Quando se analisa uma pessoa, é importante entender o conhecimento que ela tem sobre a posição que vai ocupar, o comportamento que apresenta, sua capacidade de aprendizado e se ela se adapta à cultura da empresa”, pontuou.

Para ele, cada organização cria um ambiente próprio, influenciado diretamente pela liderança. “Quando o profissional não se adapta à cultura da empresa, ele não permanece nela. O líder precisa entender esse ambiente e saber como colocar as pessoas certas nas funções certas.”

Pessoas antes dos processos

Com base em décadas de experiência, Elmano Nigri afirma que o maior erro de muitos executivos é priorizar sistemas e resultados em vez das pessoas. “Eu costumo dizer que há dois tipos de líderes: os que colocam processos antes das pessoas e os que colocam as pessoas antes dos processos. As empresas que se destacam são aquelas que valorizam primeiro as pessoas”, destacou.

Ele cita o exemplo do americano Jack Welch, considerado um dos maiores executivos do século XX. “Ele dizia que gastava de 70% a 80% do tempo dele com as pessoas. Qualquer executivo que queira ter sucesso precisa ter esse olhar especial sobre o time.”

O time e o resultado coletivo

Ao comparar o ambiente corporativo com o futebol, Nigri explica que o resultado é sempre coletivo. “Eu fiz o perfil da Seleção Brasileira de Futebol para mostrar como se joga em equipe. O goleiro, o zagueiro, o meio de campo e o atacante têm características diferentes. Se colocarmos o Neymar no gol, o time não ganha. Se o time for só de Neymars, também não ganha”, disse.

A mesma lógica se aplica às empresas. “O segredo é a complementariedade. Cada pessoa precisa entender seu papel dentro da estratégia e atuar de forma integrada. Nenhuma organização é feita de ilhas.”

Comunicação e motivação

Nigri também destacou a comunicação como o principal desafio nas empresas. “As pessoas acham que o outro vai adivinhar o que ela pensa. E nós não temos essa capacidade. Mesmo com toda a inteligência artificial, ainda é impossível saber o que vai na cabeça das pessoas. Por isso, é preciso verbalizar, conversar, ouvir e entender o que motiva cada integrante do time.”

Segundo ele, conhecer os motivadores individuais é fundamental. “O que motiva você pode não ser o que me motiva. Quando os líderes e os gestores conseguem identificar isso, tudo fica mais fácil.”

Liderança que entende de gente

Para Elmano Nigri, o papel do líder é o de um maestro. “Ele precisa conhecer a partitura, que é a estratégia, mas também conhecer cada músico da orquestra. Só assim a música sai harmoniosa”, exemplificou.
“O líder precisa entender de gente. Quem entende de gente tem sucesso. Se você ler a biografia de qualquer grande presidente ou executivo, vai ver que o sucesso veio da capacidade de montar uma grande equipe e caminhar junto com ela”, concluiu o consultor.

Por Suelen Morales

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