Aumento de boletins de ocorrências tiram vítimas da estatística de feminicídio, segundo defensora
A violência contra mulheres é um problema mundial, a diversos questionamentos sobre tamanha agressividade e porque as mulheres têm medo de denunciar seus agressores. Apesar dos avanços na conscientização sobre a importância de denunciar esses crimes, o silêncio ainda persiste. Para quebrar o ciclo a Defensoria Pública vem realizando um atendimento mais humanitário as essas mulheres.
Setor de atendimento do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública conta com oito atendentes diariamente e cada um atende no mínimo sete mulheres vítimas de violência doméstica por dia. De primeiro de Janeiro a 13 de agosto 3.328 mulheres procuraram por atendimento. Os dados assustam, mas o órgão comemora a procura e revelada ainda que os números de boletins de ocorrência também vem aumentando pois as mulheres estão buscando sair do ciclo de violência
Defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher, Zeliana Luzia Sabala revela os primeiros passos prestado pelo órgão quando crianças e adolescentes perdem a mãe vítima de feminicídio. “Não é a criança que chega é o familiar que ficou com a guarda, normalmente um avó, uma tia. É feito uma investigação psicossocial , além do atendimento jurídico. Auxiliamos também quando a criança muda de bairro e agilizamos vagas em escolas e creches próxima a nova residencia”, pontuou.
Para ajudar a mulher a sair do ciclo de violência a Defensoria Pública não realiza agendamento, basta ela chegar no local que será atendida. São duas unidades de atendimento uma dentro da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e uma na Avenida Afonso Pena. ” Prestamos um atendimento humanizado as vítimas tanto aqui quanto na Deam. No primeiro momento uma psicóloga ouve as vítimas em seguida encaminhados para jurídico. Muitas das vezes as mulheres têm medo de separar e acabam morrendo por que acreditam ainda que se ela deixar o lar, elas perdem a guarda dos filhos e parte dos bens materiais , mas isso não existe mais”, salientou.
Durante os atendimentos Zeliana Luzia Sabala percebe que as mulheres ainda tem medo de denunciar, elas acabam se submetendo ao ciclo de violência por que tem medo de perde os filhos, mas ela se encoraja e chega até a Defensoria Pública o órgão esclarece todas as dúvidas fazendo com a vítima crie coragem e saia do ciclo de violência.
Em Mato Grosso do Sul de primeiro de janeiro a 13 de agosto 11.806 mulheres registraram boletins de ocorrência contra violência, Zeliana atribui o alto número devido as campanhas de conscientização principalmente no Agosto Lilás a aumento também expressivo no número de ocorrências de ameaças “É um alento, a mulher vem se percebendo nesse ciclo no início que é quando começa os tons ameaçadores e os primeiros tapas. Ela deixa de procurar ajuda no final e passa a procurar ajuda logo no começo. Quando olhamos os números altos de b.o percebemos que estão tiramos essas mulheres da estatística de feminicídio. No Brasil a cada seis horas uma mulher morre só pelo fato de ser mulher e a cada seis minutos uma mulher é estuprada no Brasil, esses números falam muito da sociedade que estamos vivendo”, lamentou.
Quando a mulher resolve procurar a defensoria os profissionais deixam as vítimas a vontade para revelar quais motivos te levaram até o local e o que pretende fazer após a denúncia. Há 25 anos a defensória Pública de Mato Grosso do Sul presta atendimentos as mulheres vítimas de violência, em 2014 foi criando o Núcleo de Defesa da Mulher que há 10 anos presta atendimento exclusivo mulheres que passam por algum tipo de violência.
Por Thays Schneider
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