Este é o segundo empreendimento de moradia popular da região. O primeiro foi inaugurado em 2021
Acompanhando o ritmo acelerado de crescimento da Avenida dos Cafezais e da Região Urbana do Anhanduizinho, a prefeitura de Campo Grande deu início às obras do primeiro condomínio sustentável da Capital, no Jardim Paulo Coelho Machado. Com um projeto para abrigar 164 unidades habitacionais e um investimento milionário, entre os comerciantes locais existe a expectativa de que os futuros moradores tragam um aumento no movimento e no faturamento das lojas existentes na região.
Ao todo, serão investidos R$ 43,9 milhões, dos quais R$ 25,4 milhões são do Ministério das Cidades por meio do Fundo de Arrendamento Residencial do Programa Minha Casa, Minha Vida, e outros R$ 14 milhões correspondem ao aporte feito pelo Governo do Estado de MS, que destinou R$ 80 mil para cada unidade habitacional que será construída. Por sua vez, a prefeitura da Capital investiu R$ 4,5 milhões com a doação da área onde o empreendimento está sendo construído.
Localizado no bairro Paulo Coelho Machado e ao lado do Condomínio Armando Tibana – complexo de moradia que também faz parte do Minha Casa, Minha Vida, inaugurado em abril de 2021, o novo projeto anima os comerciantes locais justamente por demonstrar o potencial de crescimento da região, característica que levou muitos deles a investirem em pontos comerciais na avenida.
Proprietária de uma loja de roupas infantis há 4 anos, Edicleia Consolini, de 41 anos, espera que o novo condomínio traga mais clientes para seu empreendimento e possa contribuir com a região, que está em pleno desenvolvimento.
“Pra gente é perfeito. Estamos com a melhor expectativa possível, porque esta região está crescendo muito. Por exemplo, por aqui não tem mais tanto local para abrir loja, agora só tem algumas lá na outra ponta da avenida, mas quanto melhor o movimento melhor para nós”, disse.
A mesma expansão é esperada em uma loja de suplementos nutricionais, que viu o movimento aumentar ainda na inauguração do residencial Tibana e tem a expectativa de atingir o mesmo patamar com a construção do novo condomínio.
“Chegando mais gente, é mais um público para atender aqui. Não sei qual a quantidade de pessoas que irão se mudar, mas, independente disso, o crescimento chega, porque tem bastante gente”, disse Patrick Samuel Filho, que atendeu à reportagem do jornal O Estado na loja.
Ainda de acordo com ele, que reside há 10 anos na região e viu o desenvolvimento chegar em seu bairro, além dos comerciantes, a população do Paulo Coelho Machado também está animada com a vinda de novos vizinhos.
“Já inauguraram uma praça aqui e vão fazer votação para presidente de bairro. Moro aqui desde os meus 12,13 anos e a gente vê que está crescendo muito, dá pra perceber que tem até um movimento diferente”, afirmou, destacando que quem já mora no bairro há mais tempo já está se preparando para a inauguração do residencial.
Por outro lado, não é apenas a expectativa com os novos residentes que está animando quem mora e empreende na Avenida dos Cafezais. A dona de casa, Gislâina de Freitas, de 37 anos, cujo marido possui uma borracharia quase em frente ao terreno onde será o condomínio, conta que até mesmo o movimento da própria obra, com a chegada de quem vai trabalhar para construir o local, já contribuí com o faturamento.
“A expectativa é muito grande, porque são mais pessoas vindo e isso vai aumentar o fluxo de dinheiro. Acho que até mesmo o começo das obras já vai ser bom para a região, porque vai gerar bastante emprego”, disse, destacando que o faturamento pode aumentar de forma significativa quando o empreendimento for inaugurado.
ENTENDA O PROJETO
Denominado como “Protótipo Sustentável Manoel de Barros”, o condomínio é o primeiro de Campo Grande a integrar soluções inteligentes e ecologicamente corretas, com o objetivo de proporcionar moradia digna e segura para a população enquanto trabalha a favor da preservação dos recursos naturais.
De acordo com o projeto, o residencial contará com placa solar, reaproveitamento de água, além de não ter muros entre as unidades habitacionais, promovendo uma maior interação entre os moradores. Entre outras soluções sustentáveis empregadas no empreendimento está a instalação de piso drenante e áreas verdes de uso comunitário.
Além dos 164 apartamentos, o complexo ainda contará com 15 lojas destinadas à locação para comércio com o objetivo de fortalecer o empreendedorismo e a economia local, bem como quatro espaços a serem ocupados por equipamentos públicos.
De acordo com a Agehab (Agência de Habitação Popular de MS), para participar do programa os interessados devem atender aos critérios estabelecidos pelo Minha Casa, Minha Vida, como estar dentro da faixa de renda estipulada, não possuir imóvel próprio e não ter sido beneficiado anteriormente por programas habitacionais do governo.
Por Ana Clara Julião
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