Um erro em um mapa oficial da Amazônia Legal, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), gerou críticas de especialistas e internautas e forçou a retirada do material do site oficial do órgão. O equívoco, presente na versão de 2024 do mapa, envolveu a inversão das siglas dos estados de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS) e a ausência da sigla do Acre, identificado apenas pela capital, Rio Branco.
O mapa, que tem como objetivo representar graficamente os limites da Amazônia Legal, região que abrange aproximadamente 59% do território nacional, é uma importante referência para pesquisas, políticas públicas e materiais educativos. Criada por lei em 1953, a Amazônia Legal inclui os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
O erro foi rapidamente notado por internautas e especialistas em geografia e planejamento territorial, que usaram as redes sociais para apontar as falhas e cobrar explicações do instituto. A ausência da sigla do Acre e a troca entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul chamaram especialmente a atenção de pesquisadores que destacam a relevância simbólica e funcional do mapa, sobretudo em um momento em que o debate sobre mudanças climáticas e preservação da Amazônia ocupa o centro das atenções no Brasil e no mundo.
Apesar da repercussão, até o fechamento desta reportagem, o IBGE não havia se pronunciado oficialmente sobre o ocorrido. O espaço permanece aberto para manifestações do órgão.
A Amazônia Legal é um conceito geopolítico criado para planejar o desenvolvimento da região Norte e áreas adjacentes do Brasil. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a região engloba a totalidade de oito estados e parte do Maranhão, perfazendo 5 milhões de km². Ela abriga 56% da população indígena brasileira e reúne uma das maiores biodiversidades do planeta.
O Plano Amazônia Sustentável (PAS), relançado em maio de 2024 pelo governo federal, considera todo o estado do Maranhão como parte da Amazônia Brasileira, independentemente da divisão oficial da Amazônia Legal.
O episódio envolvendo o erro no mapa reacende críticas sobre a necessidade de rigor técnico na produção de materiais cartográficos por órgãos oficiais, principalmente em se tratando de uma região estratégica para o Brasil e para o mundo no enfrentamento da crise climática.
Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram